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Bolsonaro nega envolvimento com caso das jóias: ‘Nunca pratiquei ilegalidade’

Aliados do ex-capitão afirmam que o governo tentou reaver as peças apreendidas pela Receita para encaminhá-las a acervo da Presidência

Foto: Reprodução/Twitter
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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) negou que as jóias dadas pelo governo da Arábia Saudita seriam trazidas ao País de forma ilegal e que seriam para uso pessoal da então primeira-dama Michelle Bolsonaro.

“Estou sendo acusado de um presente que eu não pedi, nem recebi. Não existe qualquer ilegalidade da minha parte. Nunca pratiquei ilegalidade. Veja o meu cartão corporativo pessoal. Nunca saquei, nem paguei nenhum centavo nesse cartão”, declarou Bolsonaro à CNN.

Após a divulgação do caso, aliados do ex-capitão afirmam que a tentativa do governo de reaver as peças seria para incorporá-las ao acervo privado ou público da Presidência da República.

O ex-chefe da Secretaria Especial de Comunicação Social na gestão Bolsonaro, Fabio Wajngarten, publicou em suas redes sociais dois ofícios, em um deles, o chefe de gabinete adjunto de Documentação Histórica do gabinete pessoal do presidente da República, Marcelo da Silva Vieira, faz um pedido ao chefe de gabinete do ministro de Minas e Energia, José Roberto Bueno Júnior, pelo encaminhamento das joias para avaliação.

No segundo, emitido pelo gabinete de Bento ao chefe de gabinete do Secretário Especial da Receita Federal, Antônio Márcio de Oliveira Aguiar, conta um pedido para que as joias fossem destinadas ao acervo legal adequado, sem especificar a qual as peças seriam encaminhadas.

“Considerando a condição específica do Ministro —representante do Senhor Presidente da República; a inviabilidade de recusa ou devolução imediata de presentes em razão das circunstâncias correntes; e os valores histórico, cultural e artístico dos bens ofertados; faz-se necessário e imprescindível que seja dado ao acervo o destino legal adequado”, diz o documento, sem citar a qual acervo os itens seriam direcionados.

O conjunto de peças – um colar, um anel, um relógio e um par de brincos de diamantes avaliados em 3 milhões de euros, o equivalente a 16,5 milhões reais – foi apreendido com a equipe do então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, por não terem valor declarado à Receita Federal. As peças estavam na mochila de um militar, assessor de Bento Albuquerque.

Inicialmente, o ex-ministro afirmou que a remessa se tratava de um presente para a então primeira dama Michelle Bolsonaro, mas disse desconhecer o conteúdo do estojo de joias. Depois, Bento Albuquerque negou que sua equipe tenha tentado trazer presentes a Michelle e Bolsonaro.

Em nota encaminhada ao jornal Folha de São Paulo neste sábado 4, a assessoria do ex-ministro corroborou os documentos de Wajngarten e disse que, diante dos valores “histórico, cultural e artístico” dos itens, a pasta adotou medidas para encaminhar o acervo “ao seu adequado destino legal”.

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