Fashion Revolution

Novo podcast une Moda e Política em movimento de mobilização feminina

Parceria do Fashion Revolution com Flávia Aranha amplifica vozes por uma indústria da moda mais transparente, justa e sustentável

Foto: Reprodução
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O que moda tem a ver com política? Tudo. Só será possível melhorar a forma como as roupas são produzidas, compradas, cuidadas e descartadas se o poder público e os governos promoverem mudanças estruturais para uma indústria da moda responsável, transparente, justa e sustentável. 

Este ano serão realizadas as eleições mais importantes da minha geração. No próximo domingo 2, brasileiras e brasileiros vão escolher o presidente da República, governadores, deputados federais, estaduais e distritais e senadores. Mais do que representantes, o que está em jogo é o tipo de sociedade que queremos construir. 

Ciente da importância histórica do pleito, o movimento Fashion Revolution Brasil, em parceria com a estilista Flavia Aranha, lançou o podcast Moda & Política. As eleições exigem que cidadãs, cidadãos, sociedade civil organizada se posicionem. A moda não pode ficar de fora. 

O podcast Moda & Política é um projeto feito apenas por mulheres e é composto por cinco episódios. Apesar da maioria numérica na sociedade e na indústria da moda, as mulheres ainda não ocupam os lugares de decisão. Por isso, é preciso abrir espaço para essas vozes.

Os três primeiros episódios já estão disponíveis nas principais plataformas de podcasts.

Episódio 1 – Mulheres, Moda & Política

O primeiro episódio é apresentado pela estilista Flavia Aranha e tem como convidadas a líder indígena e candidata a deputada federal Sônia Guajajara (PSOL) e a rapper, influenciadora e colunista da Vogue Stella Yeshua em uma conversa sobre experiências e visões sobre a relação mulher-moda-política.

Episódio 2 – Trabalho, Moda & Política

O segundo episódio é apresentado por mim, Iara Vidal. Eu converso com Nelsa Fabian Nespolo, diretora da Justa Trama, central cooperativa do algodão agroecológico, e Gabriela Augusto, empreendedora e fundadora da consultoria Transcendemos, que oferece capacitação em diversidade e inclusão para grandes organizações.

Episódio 3 – Agro, Moda & Política

O terceiro episódio é apresentado por Fernanda Simon, diretora executiva do Fashion Revolution Brasil. Ela recebe a ex-senadora, ex-ministra do Meio Ambiente e candidata a deputada federal Marina Silva (Rede), a chef e ativista Bela Gil e a engenheira agrônoma e produtora agroecológica Maria Amália Marques, para um papo sobre moda, política, agronegócio e justiça climática.

Nas próximas semanas irão ao ar mais dois episódios. No episódio 4 – Sonho, Moda & Política, Hanna Limuja, Karla Girotto e Paloma Gervasio vão conversar sobre a possibilidade de sonhar uma moda mais positiva e um futuro mais vivo, pois os nossos sonhos são a única coisa que o capitalismo ainda não pode corromper.

Já no episódio 5 – Futuros possíveis, Moda & Política, Samela Sateré Mawé, Julia Teodoro e Giulia Canineo vão conversar sobre como cidadã e cidadãos e consumidores se enxergam em uma posição de incapacidade de agir e se sentem pequenos frente a problemas tão grandes. Mas é possível fazer diferente e a diferença.

Confira o podcast Moda & Política

Agenda Legislativa da Moda Ética

Já de olho na importância dessas eleições gerais, durante a Semana Fashion Revolution 2022, em abril, o Fashion Revolution Brasil lançou a Agenda Legislativa da Moda Ética. Foi o primeiro passo de um projeto de articulação política do braço brasileiro do maior movimento de moda ativista do mundo. 

A agenda traz três propostas diretamente relacionadas à cadeia produtiva da moda. É contrária ao Pacote do Veneno; favorável ao PL do Cânhamo e defende a regulamentação da Política Nacional dos Resíduos Sólidos para enquadrar a indústria da moda. 

O Fashion Revolution Brasil enxerga a urgência em mudanças estruturais na moda que dependem da política. Por isso, para além das ações para informar sobre a cadeia produtiva da moda, essas mudanças estão costuradas com o cotidiano das pessoas e exigem medidas que sejam construídas e debatidas num ambiente de diálogo democrático.

A Agenda Legislativa da Moda Ética pontua que o Fashion Revolution Brasil é contrário ao PL 6299/2002, conhecido como PL do Veneno, que propõe flexibilizar o processo de

aprovação de novos agrotóxicos, mudar critérios de avaliação, banir o termo “agrotóxico” e encontrar brechas para liberar produtos que a atual legislação proíbe. O movimento de moda ativista se juntou à campanha “Moda Sem Veneno” ao lado do Instituto Modefica e Rio Ethical Fashion.

O Fashion Revolution Brasil também apoia o uso industrial do cânhamo e se aliou à Associação Nacional do Cânhamo Industrial (ANC) para aprovação do projeto que regulamenta o uso dessa matéria-prima, entre outros usos, pela indústria têxtil e de confecção.

Tramita na Câmara dos Deputados, entre outros projetos, o PL 399/2015. A matéria trata do cultivo, processamento, pesquisa, produção e comercialização de produtos à base de cannabis industrial e medicinal. Uma comissão especial que debateu o projeto recebeu um texto substitutivo. O avanço do PL depende de decisão da Mesa Diretora da Casa.

O cânhamo, que é a variedade não psicotrópica da cannabis, é usado na indústria para fazer plásticos, casas, roupas e outros, e está em um limbo regulatório no Brasil. Em 2021, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) afirmou que tecidos de cânhamo são proibidos. Em seguida, a agência se retratou e afirmou que tecidos com fibras de cânhamo não estão sujeitos ao controle especial do órgão regulador.

Fato é que a regulação da cannabis, no Brasil, não é simples nem coerente. O cultivo e a importação são proibidos, mas é possível comprar itens feitos dessa matéria-prima. O Brasil precisa amadurecer o marco regulatório e estabelecer regras específicas para o cânhamo. As regras são antigas e não conseguem regular as condutas contemporâneas.

O terceiro item da agenda trata das lacunas da Lei 12.305/2010 que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) e que está em vigor há mais de uma década no Brasil, mas que não especifica com clareza as responsabilidades do setor têxtil e de confecção na gestão de resíduos desse segmento.

O movimento Fashion Revolution Brasil defende a regulamentação, em forma de lei, das responsabilidades específicas da indústria têxtil e de confecção na PNRS quanto aos resíduos têxteis.

Estimativas do setor apontam que a indústria têxtil e de confecção brasileira produz mais de 175 mil toneladas de resíduos anualmente. Esse volume de roupas alimenta a emergência climática e turbina a crise social que enfrentamos. Por isso, é urgente interromper esse ciclo de desperdício e destruição.

Confira o lançamento da Agenda Legislativa de Moda Ética:

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