Augusto Diniz | Música brasileira

Jornalista há 25 anos, Augusto Diniz foi produtor musical e escreve sobre música desde 2014.

Augusto Diniz | Música brasileira

Ubiratan Marques: Se a gente rompe o racismo, a gente avança

O maestro está à frente da Orquestra Afrosinfônica, formada por músicos de baixa renda de Salvador

Foto: Divulgação
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A Afrosinfônica é um coletivo de pessoas negras que executa música de matriz africana. Com dois álbuns lançados, a orquestra já foi indicada ao Grammy Latino com o disco Orin – a Língua dos Anjos (2021).

Tudo começou em Salvador (BA) com o músico Ubiratan Marques – ou Bira Marques – em 2009. Pianista, compositor, arranjador e educador musical, ele já trabalhou de Maria Bethânia a Mateus Aleluia, passando por Gilberto Gil até o grupo Baiana System.

Defensor de orquestras eminentemente de música brasileira, Bira é um crítico dos conjuntos instrumentais eurocêntricos, que privilegiam a música de fora, dos grandes compositores clássicos do Velho Continente.   

“A gente vive no Brasil que é um País muito preconceituoso, que olha muito mais para fora do que para dentro”, diz.  “As orquestras que fazem música brasileira não recebem um centavo”.  

A Afrosinfônica nasceu dentro de uma escola municipal e conta com jovens músicos de camadas mais pobres da capital baiana.

“A nossa cultura em primeiro lugar”, afirma. “Tem que mudar o pensamento. Não ter esse pensamento preconceituoso, doentio, a gente já avança muito. Quando você tem um número gigantesco de pessoas que pensam dessa forma ]preconceituosa), você conclui: ‘o país é racista’”.

Em entrevista a CartaCapital, o maestro critica ainda o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL).

“Nesses últimos quatro anos a gente teve um pensamento doentio, do governo federal de perseguição. Isso não pode acontecer no Brasil”, desabafa. “Fico triste que exista um percentual de pessoas que acreditam nesse pensamento racista. Se a gente rompe isso, a gente avança”.

Assista a íntegra:

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