Augusto Diniz | Música brasileira

Jornalista há 25 anos, Augusto Diniz foi produtor musical e escreve sobre música desde 2014.

Augusto Diniz | Música brasileira

O problema do artista é se cercar de falsos protetores, diz Fernanda Porto

Cantora e compositora lança música em homenagem a Gal Costa, abordando conflito amoroso

Foto: Jair de Assis/Divulgação.
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Fernanda Porto ficou conhecida por fazer releituras em drum and bass de clássicos como Só Tinha de Ser com Você (Tom Jobim e Aloysio de Oliveira)Roda Viva (Chico Buarque) e Sampa (Caetano Veloso), e também por canções de sua autoria como SambassimTudo de Bom Amor Errado.

“A partir dessa batida eu voltei para minhas influências maiores, Bossa Nova e MPB. Então, eu fiz o Sambassim (2002), música que perguntava naquele momento se eu poderia misturar o samba com ritmo eletrônico”, lembra.

“Essa mistura é muito importante para mim. A música brasileira pode estar nas pistas, pode chegar ao ouvido do jovem, que é o que aconteceu na minha carreira”, prossegue. “Mas o disco em que explico um pouco quem afinal sou eu é o Corpo Elétrico e Alma Acústica (2020).”

No álbum autoral (e produção também), ela usa sonoridades eletrônicas e instrumentos acústicos. Em 2022, Fernanda lançou um ótimo disco, chamado Contemporane@ (selo Joia Moderna), interpretando ao piano compositores da nova geração.

“O piano é o que mais me define, pois foi o instrumento que eu estudei. Esse disco de intérprete é importante. Coloco minha leitura vocal e emocional dessas canções, que deram muito trabalho para escolher”, conta.

Agora, a cantora e compositora lançará uma música em homenagem a Gal Costa na data de seu nascimento, 26 de setembro. A canção tem o nome de Me Largue.

Trecho da composição: “Sua estupidez não vai me calar/ Tudo que dói explode um dia/ Nossa história tinha uma magia/ Mas está escancarada agora/ E quem revelou não fui eu/ Eu não tô mais aqui/ E nem te dei meu tchau/ Meu nome é Gal”.

Fernanda Porto imaginava uma Gal diferente da que veio à tona após a sua morte, no ano passado.

“Fiquei impactada com a vida amorosa dela, pensando no conflito que deveria ser conviver com uma pessoa que em alguns momentos inibiu que ela seguisse os caminhos mais livres”, diz.

A cantora afirma que sempre se interessou pelo tema amoroso, e a canção que lança em homenagem a Gal Costa fala de contradições.

“São coisas de limites artísticos que impuseram na carreira dela em função de uma conduta que a gente fica sem saber por que aconteceu”, avalia. “O grande problema é que artistas se cercam de pessoas que eu chamo de falsos protetores.”

Fernanda afirma que teve durante sua vida artística problemas semelhantes. “Eu vesti um pouco a pele da Gal. Talvez tenha vestido um pouco a minha carreira, que foi atrapalhada por essa pessoas.”

A cantora também diz prezar pela naturalidade da relação entre fã e artista.

“As pessoas tendem a idolatrar o artista, mas tento sempre trazer isso para o chão. Sempre que puder vou responder as pessoas. Sempre fiz isso, mesmo quando estava estourada. Sempre gostei de receber o público no final do show. A festa não é para mim, mas para a gente.”

Com mais de 20 músicas compostas nos últimos dois meses, Fernanda ainda não decidiu se lançará um novo álbum. O single Me Largue sai pelo selo Manduri.Art, com direção artística de Beto Neves, em parceria com a Pira, empresa especializada em comunidades digitais. A música também terá um videoclipe.

Assista à entrevista de Fernanda Porto a CartaCapital:

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