Augusto Diniz | Música brasileira

Jornalista há 25 anos, Augusto Diniz foi produtor musical e escreve sobre música desde 2014.

Augusto Diniz | Música brasileira

Disco traz registro ao vivo de D. Ivone Lara, representação maior da mulher sambista

A cantora apresenta a riqueza de suas composições, cantadas com sucesso até hoje nas rodas de samba pelo país afora

Créditos: Divulgação
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Repertório de composições com melodias poderosas, batucada cadenciada com incursões de sopros e a sinceridade nas palavras ao se dirigir ao público em cima do palco. O álbum Dona Ivone Lara – ao Vivo, dentro do projeto Relicário do Selo Sesc, traz tudo isso.

A gravação foi feita na unidade do Sesc Vila Mariana (SP) em setembro de 1999. Naquela época, o samba experimentava um ciclo de alta e D. Ivone Lara, já aposentada como enfermeira e assistente social, desfrutava de certo reconhecimento, depois de décadas de luta na música, com enfrentamentos diversos de uma mulher negra.

O álbum tem 15 faixas, sendo dois pout-pourris. No acompanhamento, Armando Martinez (teclado), Edson Bastos (contrabaixo), Gilberto Torgano (bateria), Álvaro Barcelos (percussão), Maurício Verde (cavaquinho) e Hélcio Brenha (sax e clarinete).

O disco tem várias canções com o seu melhor parceiro de música, Délcio Carvalho, como Liberdade, Sorriso de Criança, Pra Afastar a Solidão, Acreditar e Sonho Meu.

Com Jorge Aragão, Tendência e Enredo do Meu Samba. Além de Mas quem Disse que Eu Te Esqueço, com Hermínio Bello de Carvalho. Só dela, destaque para Resignação e Alguém me Avisou.

De outros compositores no disco, ressalta-se Aquarela Brasileira, do parceiro Silas de Oliveira, e Sorriso Negro, de Jorge Portela, Adilson Barbado e Jair Carvalho.

O disco é uma passagem bastante representativa das composições de D. Ivone. Mas há outras essencialidades em sua obra fora do álbum, incluindo sambas de terreiro e partidos-altos.

Compositoras de melodias intuitivas e sofisticadas, D. Ivone teve suas músicas gravadas pela nata do samba. No entanto, Sonho Meu e Alguém me Avisou, registradas pelos baianos Maria Bethânia, Gal Costa, Caetano Veloso e Gilberto Gil, são as interpretações mais memoráveis de sua obra.

No último dia 13 de abril, foi celebrado pela primeira vez o Dia Nacional da Mulher Sambista. A data foi escolhida por se referir ao nascimento de D. Ivone Lara. Não há dúvida que ela encarna com integridade a maior mulher sambista que este país já teve.

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