Augusto Diniz | Música brasileira

Jornalista há 25 anos, Augusto Diniz foi produtor musical e escreve sobre música desde 2014.

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Amizade fez a banda manter a formação por 4 décadas, diz vocalista do Biquini Cavadão

Cantor do grupo de rock, formado na década de 1980, Bruno Gouveia afirma que 2023 foi um dos melhores anos dessa história

Foto: Wagner Oliva/Divulgação
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Bruno Gouveia costuma explicar, quando questionado sobre a longevidade da banda da qual é vocalista e fundador, o Biquini Cavadão (que desde 2022 passou a adotar apenas o primeiro nome), que normalmente os grupos são formados por afinidade musical.

“Uma vez juntos, aí é que eles vão tentar ser amigos. O Biquini se reuniu por amizade e tentou ser músico. Inclusive, musicalmente, havia uma divergência muito grande entre nós. Um só ouvia música clássica, outro ouvia samba, tinha um que gostava de discoteca”, conta. “Essa misturada toda foi responsável pelo que viria a ser a sonoridade do Biquini.”

“A gente começou a brincar com música há 40 anos, mas estabeleceu a data 16 março de 1985 como marco zero, porque pela primeira vez pagaram para nos assistir”, afirma. Segundo ele, portanto, é em 2025 que comemoram oficialmente as quatro décadas da banda – aliás, com uma característica rara entre os grupos de rock que emergiram nos anos 1980: a formação é praticamente a mesma.

Com exceção do baixista André Sheik, que formou a banda mas a deixou em 2000, os quatro outros componentes do Biquini são os mesmos desde o início: além de Bruno Gouveia, Miguel Flores (teclados), Álvaro Birita (bateria) e Carlos Coelho (guitarra).

O último trabalho de inéditas lançado pelo Biquini foi o bom álbum Através dos Tempos. “Buscamos passar uma mensagem positiva nesse disco, em meio a tudo o que estávamos vivendo”, conta Bruno. O álbum viu a luz do dia durante a pandemia.

A música Nada é Para Sempre, que abre o disco, foi o estopim, segundo Bruno, para fazer o trabalho. Ele conta que o amigo Marcelo Hayena, cantor da banda de rock Uns e Outros, mandou uma letra que era quase uma oração.

“Aquilo caiu com uma força muito grande e eu pensei: a gente precisa dar uma mensagem de esperança para o público. Daí, comentei com a banda que era o momento propício para a gente mostrar coisas novas também”, relata.

Um dos trechos da canção Nada é Para Sempre: “Que a verdade enfim prevaleça/ E a gente nunca mais se esqueça/ Que o amor, e não o ódio/ Somente ele é capaz de uma revolução”.

Mas o álbum lançado em 2021 pega também outros caminhos, como separação de casal, bipolaridade e amor. O disco marcou a volta na produção do galês Paul Ralphes, que produziu um disco emblemático do Biquini, o Escuta Aqui (2000).

Sobre os 40 anos da banda, Bruno Gouveia afirma que as comemorações já começaram – um lançamento, no meio deste ano, reunindo canções românticas do Biquini, com o nome 12 de junho, em referência ao Dia dos Namorados, foi uma delas.

Outro projeto de comemoração é a reunião em um disco de músicas da banda com a participação de artistas convidados. Esse projeto começou há algum tempo e tem o nome de Vou Te Levar Comigo.

Bruno Gouveia conta que em 2018 foram surpreendidos pela dupla sertaneja Matheus e Kauan, ambos fãs da banda. Esse foi um passo para gravarem juntos a canção Quanto Tempo Demora um Mês.

Depois, outras canções foram gravadas, com a participação de Péricles e Fagner. Mais recentemente, o Biquini fez uma gravação da clássica Tédio com o apresentador Alex Escobar, também fã da banda.

Neste final de ano, a banda lançou até um espumante, em parceria com a vinícola Helios, de Monte Belo do Sul (RS).

O vocalista conta que o Biquini teve um ano muito especial em 2023, com mais de 100 shows realizados em 22 estados. De acordo com Bruno, foi um dos melhores da história da banda em termos de apresentações, superado apenas por 1992 e 93, quando a música Vento Ventania, sucesso do grupo, havia estourado nas rádios.

Assista à entrevista de Bruno Gouveia, vocalista da banda Biquini, a CartaCapital:

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