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Suprema Corte russa declara organização anticorrupção de Navalny como ‘terrorista’

O principal opositor de Putin morreu na prisão em fevereiro de 2024

Suprema Corte russa declara organização anticorrupção de Navalny como ‘terrorista’
Suprema Corte russa declara organização anticorrupção de Navalny como ‘terrorista’
Alexei Navalny. Foto: K. Kudrayavtsev/AFP
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A Suprema Corte russa classificou nesta quinta-feira 27 como “terrorista” a organização anticorrupção do falecido opositor Alexei Navalny, cujo movimento já havia sido declarado “extremista”, o que provoca o temor de um endurecimento da repressão contra seus partidários.

A ‘Anti-Corruption Foundation’ foi reconhecida como “organização terrorista”, indicou a Suprema Corte em um comunicado, acrescentando que “suas atividades, assim como as de suas divisões estruturais no território” russo, estão proibidas.

Segundo a Corte, a ‘Anti-Corruption Foundation’ foi criada nos Estados Unidos com base no Fundo de Combate à Corrupção (FBK) e em outras organizações vinculadas a Alexei Navalny na Rússia, que já haviam sido proibidas.

A Corte acusa essa estrutura de realizar “atividades destrutivas no território russo, de promover, justificar e apoiar o terrorismo, e de organizar, preparar e cometer crimes de caráter extremista e terrorista”.

“Os terroristas são Vladimir Putin e seus cúmplices, os que desencadearam a guerra [na Ucrânia], os que matam civis e opositores políticos, os que encarceram pessoas”, reagiu a equipe de Navalny no Telegram.

Eles também acusaram as autoridades russas de tentar “intimidar” os partidários do opositor falecido para que deixem de consultar e divulgar as investigações da organização.

Essa organização revelou numerosos casos de corrupção dentro da elite russa e publicou uma investigação sobre um suposto “palácio” pertencente a Putin.

Carismático ativista anticorrupção e principal opositor de Putin, Alexei Navalny morreu em fevereiro de 2024 em circunstâncias pouco claras em uma prisão no Ártico.

Sua viúva, Yulia Navalnaia, que assumiu a liderança de seu movimento, afirmou em setembro que seu marido havia sido “envenenado”, baseando-se em análises realizadas por laboratórios ocidentais.

Segundo a ONG Anistia Internacional, a medida da Suprema Corte busca “desmantelar o legado de Navalny e esmagar qualquer foco de dissidência restante” na Rússia.

A decisão “expõe qualquer pessoa associada ao FBK ou a Alexei Navalny a processos criminais com as penas mais severas, que podem chegar até a prisão perpétua”, indicou a ONG em um comunicado.

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