Justiça

Os processos que Jorge Messias herdará no STF

Indicado por Lula para substituir Barroso, o atual advogado-geral da União ainda precisará de aprovação do Senado para ser confirmado no cargo

Os processos que Jorge Messias herdará no STF
Os processos que Jorge Messias herdará no STF
Jorge Messias herdará mais de 900 processos no STF. Foto: Emanuelle Sena/ AscomAGU
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O advogado-geral da União, Jorge Messias, indicado pelo presidente Lula (PT) para a cadeira de Luís Roberto Barroso no Supremo Tribunal Federal, deve herdar mais 900 processos que estavam sob relatoria do ex-ministro. Na lista, estão ações da Operação Lava Jato e a ADPF das Favelas, que trata de operações policiais em comunidades do Rio de Janeiro.

Messias foi indicado por Lula nesta quinta-feira 20 e ainda precisará passar por sabatina no Senado. Depois, precisará reunir o apoio de pelo menos 41 senadores em votação no plenário da Casa Alta para ser confirmado como o novo ministro da Corte. Há expectativa de que o rito seja cumprido ainda neste ano.

Se confirmado no cargo, ele chegará ao STF com o segundo menor acervo de ações, 911, atrás apenas de Dias Toffoli. Na Corte, integrará a Primeira Turma, atualmente em destaque por julgar os casos relacionados à trama golpista. Integram o colegiado os ministros Flávio Dino, Cármen Lúcia, Cristiano Zanin e Alexandre de Moraes.

A ‘herança’

As ações relacionadas à Lava Jato que ficarão com Messias passaram pelas mãos de Barroso por poucos dias. Os processos estavam com Edson Fachin, que assumiu a presidência do Supremo em setembro. Quando um ministro assume o posto máximo na Corte, ele deixa a relatoria da maioria das ações sob sua responsabilidade. Os casos são passados automaticamente para o colega que está deixando o comando.

Integram esse grupo de ações as investigações contra o ex-deputado federal Eduardo Cunha e o ex-ministro Geddel Vieira Lima. Fachin, defensor da operação, assumiu a condução dos casos após a morte de Teori Zavascki, em 2017.

Outro tema de grande relevância que será herdado por Messias é a ADPF das Favelas. O processo principal já foi concluído, com uma lista de obrigações a serem cumpridas pelo governo do Rio de Janeiro. Há, porém, recursos e outros andamentos que ainda dependem de decisões do relator. O caso ganhou novo contorno com a operação Contenção, a mais letal da história do Rio, com 121 mortes. Provisoriamente, a ADPF está nas mãos de Alexandre de Moraes, que tem se reunido com autoridades para tratar da ação policial e já fez outra série de pedidos e recomendações ao poder público.

A maioria das ações que estavam com Barroso é relacionada a direito administrativo e direito público, mas também há no acervo matérias relacionadas à área trabalhista. Há, por exemplo, um recurso extraordinário que trata da constitucionalidade do homescooling, além de processos envolvendo proteção aos povos indígenas e questionamentos à Reforma da Previdência.

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