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Erika Hilton pede pede que PGE investigue Eduardo Bolsonaro por ameaças eleitorais
O pedido se baseia em uma postagem em que o deputado sugere que, sem anistia a Jair Bolsonaro, a realização das eleições pode estar em risco


A deputada federal Érika Hilton (PSOL-SP) pediu à Procuradoria-Geral Eleitoral que instaure uma investigação contra seu colega de Parlamento, Eduardo Bolsonaro (PL), por ameaças às eleições do ano que vem.
A solicitação, protocolada no domingo 5, tem como pano de fundo uma postagem na qual o parlamentar sugere que, sem aprovação de uma anistia que beneficie seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), haveria risco à estabilidade democrática. Diz o post: “A anistia é o mínimo, é a defesa tolerável da democracia. Querer flexibilizar a anistia soa como suavizar a vida de ditadores, que só respeitam o que temem.”
Erika, por sua vez, argumenta que a declaração não é mera opinião, mas uma ameaça direta à realização das eleições, caracterizando abuso de poder e uso indevido dos meios de comunicação. Também pede a suspensão imediata da verba de gabinete e da equipe de assessores de Eduardo, como forma de impedir que recursos públicos sejam utilizados “em ataques à democracia”.
“A conduta em questão não se dá em ambiente privado, mas em rede social de alcance massivo, que, por sua vez, é a mesma que foi utilizada como instrumento de mobilização nos eventos de 8 de janeiro. Com isso, a declaração do representado adquire caráter performativo: mais que um discurso, constitui ato político dirigido a mobilizar seguidores, intimidar instituições e criar ambiente de instabilidade quanto à realização do pleito de 2026“, sustentou a deputada.
Eduardo Bolsonaro vive nos Estados Unidos desde o início do ano, de onde articula sanções a autoridades brasileiras em retaliação à punição judicial contra o pai. Uma eventual anistia aos condenados pelos atos golpistas, poderia beneficiar Jair Bolsonaro, condenado a 27 anos de prisão pela tentativa de golpe de 2022.
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