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Ex-presidente Martín Vizcarra sai da prisão no Peru

Segundo o Ministério Público, ele recebeu subornos de cerca de 640 mil dólares, em troca da concessão de obras em Moquegua

Ex-presidente Martín Vizcarra sai da prisão no Peru
Ex-presidente Martín Vizcarra sai da prisão no Peru
Martín Vizcarra, ex-presidente do Peru, deixa a prisão em 4 de setembro de 2025. Foto: Renato Pajuelo/AFP
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O ex-presidente do Peru Martín Vizcarra saiu da prisão nesta quinta-feira 4 após 22 dias preso, em cumprimento da decisão de um tribunal de apelações para que seja processado em liberdade em um caso de suposta corrupção.

Vizcarra, de 62 anos, foi enviado à prisão em 13 de agosto por um juiz que alegou risco de fuga no julgamento por supostos subornos recebidos quando era governador da região de Moquegua, há 11 anos.

“A prisão preventiva contra mim foi completamente ilegal. Apesar da difícil situação por que passei, saio fortalecido”, disse Vizcarra à imprensa após deixar a prisão exclusiva para ex-representantes.

Rodeado por numerosos apoiadores que o aguardaram por várias horas, o ex-chefe de Estado (2018-2020) antecipou que continuará “colaborando com a Justiça”.

“Não vou sair do país, não vou fugir”, enfatizou.

Seus apoiadores comemoraram sua libertação com cartazes e bandas de músicos.

“Vim receber nosso ex-presidente Martín Vizcarra. Nós confiamos nele”, disse à AFP Guadalupe Cruz, uma dona de casa de 60 anos.

Segundo o Ministério Público, o ex-presidente recebeu subornos de empresas construtoras de cerca de 640 mil dólares, em troca da concessão de obras públicas em Moquegua.

Vizcarra, que sempre defendeu sua inocência, respondia em liberdade no julgamento pelo caso que remonta à sua época como governador (2011-2014).

O Congresso peruano, dominado por seus adversários de direita, o inabilitou neste ano até 2035 para concorrer a cargos públicos, alegando que ele não respeitou a Constituição durante seu mandato.

Vice-presidente no governo de Pedro Pablo Kuczynski (2016-2018), Vizcarra assumiu a Presidência após a renúncia de Kuczynski devido ao escândalo de corrupção ligado à empresa brasileira Odebrecht.

Em 2019, dissolveu o Congresso e convocou novas eleições legislativas. O renovado Parlamento o destituiu em novembro de 2020, o que ocasionou protestos massivos que deixaram dois manifestantes mortos.

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