Justiça

A pedido de Lula, AGU avalia medidas jurídicas para tentar reverter derrubada do IOF

A pasta comandada por Jorge Messias confirmou ter iniciado os estudos sobre uma eventual ação no STF contra o veto parlamentar

A pedido de Lula, AGU avalia medidas jurídicas para tentar reverter derrubada do IOF
A pedido de Lula, AGU avalia medidas jurídicas para tentar reverter derrubada do IOF
Brasília, 04/06/2024 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, (e) conversa com ministro, Jorge Messias (d), sancionam o projeto de Lei nº 1803/2023, que altera o código de processo civil para estabelecer que a eleição de foro deve guardar pertinência com o domicílio das partes ou com o local da obrigação e que o ajuizamento de ação em juízo aleatório constitui prática abusiva. Foto: Rafa Neddermeyer/ Agência Brasil
Apoie Siga-nos no

A Advocacia-Geral da União confirmou, nesta sexta-feira 27, ter dado início aos tramites de uma avaliação técnica que poderá resultar em uma ação no Supremo Tribunal Federal para questionar a constitucionalidade da derrubada do IOF pelo Congresso Nacional.

Segundo a pasta, a avaliação foi iniciada a pedido do presidente Lula (PT). A decisão sobre ir ou não ao Tribunal para tentar reverter o veto parlamentar sobre o decreto, porém, ainda não foi tomada.

“Nesse momento, a AGU solicitou informações ao Ministério da Fazenda para embasar os estudos. Assim que a análise jurídica for finalizada, a AGU divulgará a decisão adotada”, diz o comunicado do braço jurídico do governo.

O início dos tramites que podem resultar na ação ocorre um dia após o ministro da Fazenda Fernando Haddad ter indicado que esse seria o ‘caminho preferido’ do Planalto neste momento. As declarações, que irritaram membros do Congresso Nacional, foram pouco depois reformadas pela AGU. A pasta disse que não havia posição formada e que a decisão seria comunicada pelo advogado-geral da União, Jorge Messias, e não pelo ministro da Fazenda.

A ida do governo aos tribunais contra a decisão do Congresso não é exatamente simples. Apesar da indicação de que a decisão dos parlamentares por sustar os efeitos do decreto presidencial seria ‘flagrantemente inconstitucional’, a iniciativa jurídica envolveria delicados cálculos políticos.

A leitura é de que uma ação no STF poderia complicar ainda mais a crise de articulação entre o governo e o Congresso Nacional e dificultar votações consideradas essenciais para a continuidade do governo e para as eleições de 2026. O processo também teria potencial de agravar as tensões já existentes entre o Legislativo e o Judiciário.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo