Justiça

Em caso contra a ‘Globo’, STJ decide que não cabe ao ofensor aprovar o texto do direito de resposta

Relator do recurso, Ricardo Villas Bôas Cueva também enfatizou que não é papel do Judiciário analisar de antemão o conteúdo

Em caso contra a ‘Globo’, STJ decide que não cabe ao ofensor aprovar o texto do direito de resposta
Em caso contra a ‘Globo’, STJ decide que não cabe ao ofensor aprovar o texto do direito de resposta
A Terceira Turma do STJ em sessão em 11 de março de 2025. Foto: Max Rocha/STJ
Apoie Siga-nos no

A Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça decidiu que quem for condenado a conceder direito de resposta não terá o direito de aprovar previamente o conteúdo a ser veiculado. A Corte publicou o acórdão em 23 de abril.

O caso concreto diz respeito a um recurso da TV Globo contra uma decisão da Justiça do Rio de Janeiro que a condenava a garantir direito de resposta a uma clínica retratada em uma reportagem.

Ao STJ, a Globo alegou que o texto de resposta proposto pela clínica seria mais amplo e apresentaria como verdadeiros fatos que ainda estavam sob investigação.

O relator do recurso, ministro Ricardo Villas Bôas Cueva, enfatizou que não cabe ao Judiciário analisar de antemão o conteúdo da resposta.

“Do mesmo modo, não cabe ao ofensor, previamente, concordar com a retificação apresentada, pois tal atitude descaracterizaria por completo a finalidade do instituto“, escreveu. “Resta ao ofensor, portanto, utilizar-se dos meios ordinários previstos no ordenamento jurídico para pleitear a reparação de eventual dano que a resposta possa ter lhe causado.”

Para Cueva, o Judiciário pode agir pontualmente “em situações evidentemente desproporcionais”, quando se puder verificar de pronto um abuso no direito de resposta. O objetivo, nesses casos, seria evitar “distorções e excessos”.

Acompanharam o relator os ministros Nancy Andrighi, Humberto Martins, Moura Ribeiro e Daniela
Teixeira.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo