Justiça

Polícia prende homem que invadiu sinagoga e deixou símbolos nazistas no TJ do Amazonas

André Soares estava no radar das autoridades desde março. Ele foi encontrado em um flutuante no lago Tarumã-Açu

Polícia prende homem que invadiu sinagoga e deixou símbolos nazistas no TJ do Amazonas
Polícia prende homem que invadiu sinagoga e deixou símbolos nazistas no TJ do Amazonas
Foto: Reprodução/Redes Sociais
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A Polícia Civil do Amazonas prendeu, nesta quarta-feira 9, um homem de 39 anos que invadiu uma sinagoga em Manaus e deixou suásticas nas paredes do templo e na fachada do Tribunal de Justiça. O mandado de prisão preventiva contra André Elias Soares, obtido por CartaCapital, foi assinado pelo juiz Alcides Carvalho Vieira Filho.

Soares foi encontrado pelos policiais em um flutuante (habitações construídas sobre a superfície da água) no lago Tarumã-Açu, um dos principais pontos turísticos da capital amazonense. Agentes apreenderam celulares, computadores e HDs com o suspeito e enviaram o material para perícia.

De acordo com os investigadores, o ataque à sinagoga ocorreu na segunda-feira 7 e foi registrado por câmeras de segurança. Na ocasião, o homem teria tentado contato com o rabino e, sem sucesso, pregou papéis com o símbolo nazista impresso. No material também havia links que davam acesso a fotos com simulações de abuso sexual contra crianças.

André Soares estava no radar das autoridades desde março, quando a Universidade Federal do Amazonas registrou um boletim de ocorrência após o homem ter sido visto andando pelo campus com um simulacro de arma de fogo, chamado de airsoft. A investigação ainda colheu gravações em que o suspeito aparece fixando símbolos nazistas na fachada do TJ amazonense.

Nas gravações, ele afirma que aquele seria uma espécie de “recado” ao órgão. “Eu estou esperando o Uber aqui em frente ao tribunal. Colei um adesivo, oh, eu notifiquei o tribunal. O tribunal está me devendo, oh, eu notifiquei o tribunal. O juiz está lá em cima […] Eu venci”, disse André na ocasião.

Em outro vídeo, publicado em fóruns virtuais, ele aparece com uma balaclava no pescoço e faz ameaças ao governador Wilson Lima (União), a desembargadores e até ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O homem deve responder por racismo e por armazenamento e divulgação de pornografia infantil, cujas penas, somadas, podem chegar a 11 anos de prisão.

A reportagem apurou que a Embaixada dos EUA no Brasil pediu ao Ministério da Justiça e da Segurança Pública informações para acompanhar suas ações, devido ao perigo que representa para minorias religiosas. Ao pedir a prisão, a polícia também avaliou que o suspeito tem poder aquisitivo elevado, o que poderia facilitar a execução de atos violentos contra a população judaica.

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