Justiça
Governo Lula processa Brasil Paralelo por desinformação sobre o caso Maria da Penha
A produtora divulgou um vídeo em que considera a narrativa do ex-marido da militante, versão já desconsiderada pela Justiça


O governo Lula entrou com uma ação judicial contra a empresa Brasil Paralelo pela divulgação de um vídeo com informações distorcidas sobre o caso Maria da Penha, ativista brasileira que dá nome à lei de proteção às mulheres.
No vídeo, divulgado nas plataformas digitais, a produtora de conteúdo traz a versão do ex-marido da ativista para o caso, Antônio Heredia Viveros. A Brasil Paralelo desconsidera que, judicialmente, as alegações de Antônio foram rejeitadas e ele foi inclusive condenado pelas duas tentativas de homicídio contra a mulher.
Na peça, a Advocacia Geral do Estado sustenta ser ‘nítida a intenção de gerar descrédito sobre o julgamento’, e a atividade do Estado que conduziu o caso respeitando todo o trâmite processual, com robusto lastro probatório e ampla defesa. A AGU ainda cita a intenção de descredibilizar o caso ‘que nomeou umas das principais leis de proteção da mulher contra a violência doméstica e familiar’.
Destaca, ainda, que a disseminação de informação sabidamente falsa constitui-se em uma violação de direito e geradora de dano coletivo, não estando abrangida pela liberdade de expressão. “A desinformação, em verdade, constitui abuso do exercício do direito à liberdade de expressão”, anota o órgão.
É pedida uma indenização de 500 mil reais por dano moral coletivo, além da publicação de um vídeo informativo sobre o caso Maria da Penha no site da Brasil Paralelo e em suas plataformas digitais.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

O histórico do descompasso entre a PF e a PGR em relação aos crimes de Bolsonaro
Por CartaCapital
PT vai à PGR contra bolsonarista do Novo por ataques a Moraes após julgamento de Bolsonaro
Por CartaCapital