Justiça

‘Frustrante’: o que pensa a futura presidente do STM sobre redução de pena a militares do caso Evaldo

A Corte beneficiou os militares que fuzilaram um carro com 257 tiros e mataram dois homens no Rio de Janeiro em 2019

‘Frustrante’: o que pensa a futura presidente do STM sobre redução de pena a militares do caso Evaldo
‘Frustrante’: o que pensa a futura presidente do STM sobre redução de pena a militares do caso Evaldo
A nova presidente do STM, Maria Elizabeth Rocha – Foto: Divulgação/STM
Apoie Siga-nos no

Futura presidente do Superior Tribunal Militar, a ministra Maria Elizabeth Rocha chamou de “frustrante” o resultado do julgamento da Corte que reduziu em mais de 20 anos as penas dos militares que fuzilaram um carro com 257 tiros e mataram dois homens negros no Rio de Janeiro.

O crime ocorreu em 2019. “Foi um pouco frustrante ver a diminuição das penas, na medida em que os agravos cometidos foram uma verdadeira barbárie”, afirmou a magistrada em entrevista à GloboNews nesta quinta-feira 19. Segundo ela, não é possível explicar como se considera um homicídio sem intenção de matar em um caso com quase 300 disparos.

Maria Elizabeth ainda disse considerar que a sociedade brasileira está “adoecida pela violência urbana” e que as operações militares fazem o Exército atuar de forma “equivocada”. Além disso, declarou ser “lamentável que o Brasil tenha chegado ao ponto de entender que a criminalidade tem que ser tratada com o extermínio e com a morte”.

“O patriarcado, o racismo estrutural é invisível e confina pessoas em lugares pré-determinados. É como se essas pessoas não tivessem o direito de alcançar os postos de poder. Por isso eu fiz questão de falar ontem sobre a violência institucional do Estado, porque ela é contra todos nós, minorias, e que hierarquiza seres humanos em papéis sociais determinados.”

Na quarta, o STM reduziu as penas dos oito militares do Exército condenados pelas mortes do músico Evaldo Rosa e do catador Luciano Macedo. Dois dos agentes foram sentenciados a 3 anos e 6 meses de detenção. Outros seis militares, a 3 anos de prisão. Antes, as punições eram superiores ou se aproximavam dos 30 anos.

Todos cumprirão a pena em regime aberto. Não cabe mais recurso contra a decisão na Justiça Militar, já que o STM é a última instância. Contudo, ainda é possível questionar a constitucionalidade do julgamento no Supremo Tribunal Federal.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.

O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.

Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.

Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo