Augusto Diniz | Música brasileira

Jornalista há 25 anos, Augusto Diniz foi produtor musical e escreve sobre música desde 2014.

Augusto Diniz | Música brasileira

Com desenvoltura, Dora Morelenbaum explora novas sonoridades em carreira solo

‘Pique’ mostra a artista pronta para trilhar um caminho próprio, subindo com firmeza novos degraus na MPB

Com desenvoltura, Dora Morelenbaum explora novas sonoridades em carreira solo
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Desde o lançamento de seu EP de estreia em 2021, Dora Morelenbaum vem conquistando espaço na cena musical brasileira. Integrante do surpreendente grupo Bala Desejo, agora ela abraça um projeto solo que revela suas diversas facetas. Em Pique, seu novo álbum, Dora reflete sobre o amadurecimento artístico desde Vento de Beirada. “O primeiro EP foi um começo, um aprendizado sobre o que era possível fazer,” comenta ela, “mas com Pique assumi mais as rédeas da produção”.

Produzido em parceria com Ana Frango Elétrico — cuja obra Me Chama de Gato Que Eu Sou Sua foi aclamada em 2023 — Dora deixa evidente o seu toque mais autônomo e confiante. “Foi um processo de me apropriar das minhas próprias ferramentas”, revela. O disco, lançado pelos selos Coala Records e Mr. Bongo, explora uma paleta rica: canções dançantes, introspectivas e leves, com toques de jazz e uma base instrumental de bateria, baixo, guitarra, violão e teclado. “A partir dessa estrutura, buscamos criar diferentes paisagens sonoras”, explica Dora.

As referências musicais em Pique são amplas: de Erykah Badu a João Donato e PJ Morton. No Bala Desejo, grupo que formou com Zé Ibarra, Julia Mestre e Lucas Nunes, as influências dos anos 1970 são marcantes, mas o álbum solo permite a Dora explorar novas sonoridades. “O que a gente produziu de textura para esse álbum foi muito menos pensado nessa estética dos anos 1970. Acho que é uma coisa natural que as pessoas queiram buscar ou relacionar com alguma coisa que já existe. Mas esse disco tem novas referências.” reflete.

Com Pique, Dora se une aos colegas de Bala Desejo, Zé Ibarra e Julia Mestre, que também lançaram projetos solos. Zé apresentou o excelente Marquês, 256, enquanto Julia lançou Arrepiada, ambos resenhados por este blog. Na tradição familiar, Dora chamou seus pais para contribuições especiais no álbum. A mãe, Paula Morelenbaum, participa de um coro afetuoso, e o pai, Jaques Morelenbaum, contribuiu com arranjos de cordas. “Foi superemocionante tê-los nesse processo,” diz Dora.

Entre as onze faixas, há uma peça instrumental que enfatiza sua versatilidade. “É um disco de cantora, mas também de arranjadora, produtora e compositora”, afirma Dora, que colaborou em boa parte das faixas com Tom Veloso, além de parcerias com Zé Ibarra e Sophia Chablau.

Em Pique, Dora mostra que é uma artista pronta para trilhar um caminho próprio, subindo com firmeza novos degraus na música brasileira.

Assista à entrevista completa:

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