Augusto Diniz | Música brasileira

Jornalista há 25 anos, Augusto Diniz foi produtor musical e escreve sobre música desde 2014.

Augusto Diniz | Música brasileira

Em seu 1° disco solo, Zé Ibarra faz um impecável trabalho intimista

O minimalista ‘Marquês, 256.’ mostra porque ele é um dos grandes talentos da atualidade

O músico Zé Ibarra (Foto: Elisa Maciel/Divulgação)
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Marquês, 256. O primeiro álbum solo de Zé Ibarra faz referência a seu endereço no Rio de Janeiro. No violão ou no piano, o disco traz oito canções registradas inusitadamente na escada do tal edifício.

“Na escada o som é gostoso, com reverb”, disse Ibarra em uma entrevista no final do ano passado a CartaCapital) na qual antecipou alguns detalhes do trabalho. “Sempre cantei lá, sempre fiz tudo lá. E aí a galera falava: ‘Você tem que fazer um disco lá’. E aí eu fiz. 

O piano entrou na vida de Zé Ibarra aos 9 anos. O violão, aos 13. O músico resolveu gravar Marquês, 256 apenas com sua voz e os dois instrumentos – algo raríssimo para um artista em início de carreira, mais ainda em um primeiro disco solo. Somente um músico muito talentoso como ele (tanto cantando quanto tocando) faria isso. 

O álbu m reúne composições suas com parceiros e regravações. Zé Ibarra já ensaiava registrar o lado intérprete depois de se apresentar como compositor em todas as faixas nos dois discos que fez da Dônica (um ainda na gaveta) e um na Bala Desejo. 

Três regravações são dos anos 1970, reforçando o quanto o artista tem de referência desse período. As canções são: Vou-me Embora (Paulo Diniz e Roberto José), Vai Atrás da Vida que Ela te Espera (Guilherme Lamounier) e San Vicente (Milton Nascimento e Fernando Brant) – esta última sua predileta do clássico álbum Clube da Esquina (1972).

A quarta regravação foi Olho D’Água (Caetano Veloso e Wally Salomão), que foi faixa-título do disco de Maria Bethânia de 1992. 

Hello (Sophia Chablau) é um bossa em inglês e pitadas de português. As outras três canções do álbum são Como Eu Queria voltar (Lucas Nunes, Tom Veloso e Zé Ibarra, que formavam a banda Dônica), Dó a Dó (Dora Morelenbaum – do Bala Desejo – e Tom Veloso) e Itamonte (Zé Ibarra), uma canção de memória afetiva. 

É um trabalho intimista, sonoro e sensível, que mostra um cantor afinado e desenvolto. Um registro audiovisual com algumas canções do álbum captadas na escada do edifício Marquês mostram sua impecável interpretação  

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