Justiça
PGR defende arquivamento de processo contra deputada acusada de incitação ao 8 de Janeiro
Investigação da PF apontou que Clarissa Tércio (PP-PE) não estava em Brasília no dia das manifestações golpistas


A Procuradoria-Geral da República (PGR) defendeu o arquivamento de investigação sobre a deputada federal Clarissa Tércio (PP-PE) por suposta incitação aos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023.
No dia do avanço da turba golpista à Praça dos Três Poderes, ela publicou um vídeo em que uma pessoa afirmava que manifestantes haviam “tomado o poder”. Ela disse à Polícia Federal (PF) que recebeu o vídeo por Whatsapp e que a mensagem foi postada nas redes sociais por integrantes de sua assessoria.
Já em maio de 2023, a gestão anterior da PGR havia recomendado o arquivamento, em pedido feito pelo subprocurador-geral Carlos Frederico Santos, que comandava apurações sobre o 8 de janeiro. Meses mais tarde, em setembro, Gonet pediu que o casso retornasse à PF para novas medidas investigativas.
Em manifestação agora assinada pelo procurador-geral Paulo Gonet, a PGR informou que Clarissa e o marido, Pastor Junior Tercio, deputado estadual pelo PP em Pernambuco, estavam fora de Brasília no dia dos atos golpistas, conforme identificado pela PF, e por isso há recomendação de encerramento do inquérito.
Clarissa tomou posse na Câmara em 1º de fevereiro deste ano. No dia seguinte, o PSOL pediu a cassação dela e de outros três deputados bolsonaristas: Abílio Brunini (PL-MT), André Fernandes (PL-CE) e Silvia Waiãpi (PL-AP) por quebra de decoro parlamentar, acusados de terem incentivado os ataques.
A deputada pernambucana foi candidata à prefeitura de Jaboatão dos Guararapes, cidade na região metropolitana do Recife, mas não foi eleita. Ela ficou na segunda posição, com 20,23% dos votos válidos. Mano Medeiros (PL) foi eleito em primeiro turno, com 55,93%.
Fernandes e Brunini concorrem às prefeituras de Fortaleza e Cuiabá, respectivamente. Ambos disputam o segundo turno.
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