Justiça

Fachin cobra Curitiba sobre destino do dinheiro obtido com a delação de Youssef

Em seu acordo de colaboração, o doleiro renunciou a bens como unidades de hotéis, terrenos, ações e veículos

Fachin cobra Curitiba sobre destino do dinheiro obtido com a delação de Youssef
Fachin cobra Curitiba sobre destino do dinheiro obtido com a delação de Youssef
O doleiro Alberto Youssef. Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
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O ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin determinou que a 12ª Vara Federal de Curitiba (PR) esclareça o destino de recursos provenientes do leilão de móveis e imóveis do doleiro Alberto Youssef, um dos primeiros alvos da Lava Jato.

Em seu acordo de delação premiada, Youssef renunciou, em favor da Justiça, de diversos bens, a exemplo de unidades de hotéis, terrenos, ações e veículos.

Fachin atestou os procedimentos de alienação e a abertura de contas judiciais, mas avalia não estar clara a vinculação entre os bens da renúncia e o caminho do dinheiro.

“Em consulta aos autos, verifica-se que as informações relativas à destinação dos pagamentos de valores reparatórios decorrentes deste acordo de colaboração premiadas realizados pelo colaborador ressentem de maior precisão“, sustentou o ministro, em despacho assinado na última terça-feira 17.

A 12ª Vara terá cinco dias para se manifestar e deverá explicar quais dos objetos da renúncia já foram integralmente cumpridos, quando e para quem os valores foram destinados e qual foi o trâmite seguido em cada caso.

Youssef é protagonista de um dos principais “fantasmas” da Lava Jato: o grampo ilegal na cela onde ele esteve preso. A defesa, porém, só teve acesso aos áudios mais de 10 anos depois, em julho de 2024.

Estão em posse da defesa mais de 200 horas de gravação, espalhadas por 64 arquivos. Os advogados também levarão as novas informações ao STF e ao Conselho Nacional de Justiça, a fim de fortalecer petições de Youssef que já estão em tramitação.

Um laudo da Corregedoria da Polícia Federal aponta que a gravação ilegal funcionou em março de 2014. Na cela onde o equipamento estava instalado havia outros quatro presos da Lava Jato: Luccas Pace, Carlos Rocha, André Catão e Carlos Alberto Pereira da Costa.

A apuração interna conduzida pela corporação nos meses seguintes concluiu que “restou comprovada a existência de indícios” da instalação do equipamento de interceptação ambiental.

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