Política

PGR denuncia Nikolas Ferreira por injúria contra Lula, mas sugere acordo

O caso envolve ofensas do deputado ao presidente proferidas em novembro de 2023

PGR denuncia Nikolas Ferreira por injúria contra Lula, mas sugere acordo
PGR denuncia Nikolas Ferreira por injúria contra Lula, mas sugere acordo
Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Atos de 8 de Janeiro de 2023 (CPMI - 8 de Janeiro) realiza reunião para apresentação e apreciação do plano de trabalho. A CPMI é formada por 16 senadores e 16 deputados federais titulares, com igual número de suplentes de cada Casa e vai investigar a invasão e depredação das sedes dos Três Poderes em Brasília. Em pronunciamento, à bancada, deputado Nikolas Ferreira (PL-MG). Foto: Geraldo Magela/Agência Senado
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A Procuradoria-Geral da República denunciou o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) por crime de injúria contra o presidente Lula (PT) ao chamá-lo de “ladrão” durante um evento da ONU no ano passado.

O documento foi encaminhado nesta sexta-feira 26 ao gabinete do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal.

No fim de junho, a Polícia Federal concluiu que o bolsonarista cometeu injúria, mas deixou de indiciá-lo por se tratar de um “crime de menor potencial ofensivo”.

O inquérito contra Nikolas foi instaurado em abril e envolve declarações de novembro de 2023. Na ocasião, o bolsonarista disse que Lula era “um ladrão que deveria estar na cadeia” e criticou o ator norte-americano Leonardo DiCaprio.

Depois do episódio, o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, pediu a abertura de um inquérito contra o deputado.

Em depoimento, Nikolas afirmou não se arrepender das declarações e alegou ter exercido a “livre manifestação do seu mandato”. Também disse que “a intenção não foi ofender, apenas se manifestar dentro dos direitos garantidos” pela legislação brasileira.

Na avaliação do vice-PGR Hindenburgo Chateaubriand Filho, responsável pela denúncia, as afirmações de Nikolas não estão protegidas pela imunidade parlamentar porque não guardam relação com o mandato.

“Não havia, no contexto da referência depreciativa feita pelo denunciado ao presidente da República, nenhuma possível correlação com o exercício do mandato parlamentar. O que se evidenciou foi a clara intenção de macular a honra da vítima”, sustentou.

O crime de injúria prevê pena de um a seis meses de detenção ou multa. Além disso, a PGR recomendou a aplicação de três agravantes de pena, pelo fato de o crime ter sido cometido contra o presidente da República, contra maior de 60 anos e por ter sido divulgado nas redes sociais.

Chateaubriand, entretanto, sugeriu um acordo de transação penal com Nikolas. Neste caso, o deputado aceitaria cumprir uma pena mais branda, a exemplo do pagamento de multa, em troca do arquivamento do processo. Caso a negociação não avance, caberá ao STF decidir se aceita ou não a denúncia.

Procurado pela reportagem, o deputado Nikolas Ferreira ainda não se manifestou. O espaço segue aberto.

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