Educação

Unifesp demite mulher de Weintraub por faltas injustificadas

Ex-ministro, que também era professor na universidade, já havia sido demitido por abandono de cargo

Unifesp demite mulher de Weintraub por faltas injustificadas
Unifesp demite mulher de Weintraub por faltas injustificadas
Foto: Reprodução/Redes Sociais
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A Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) demitiu a docente Daniela Weintraub por abandono de cargo e faltas injustificadas. Ela é esposa do ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub, que, pelo mesmo motivo, já havia sido demitido da instituição, por determinação da Controladoria-Geral da União. 

A portaria com a demissão de Daniela foi publicada nesta sexta-feira 26, no Diário Oficial da União. 

Em agosto de 2023, após uma investigação interna, a Unifesp suspendeu o salário do casal, sob a justificativa de que os dois teriam recebido valores ao longo de todo o primeiro trimestre de 2023, sem, no entanto, terem atuado na instituição. 

À época, uma nota da universidade esclareceu ter aberto um procedimento interno para apurar as ausências do casal. A suspensão dos salários, dizia o comunicado, ocorria de maneira preventiva.

O caso, naquela ocasião, passou a ser investigado após a universidade receber uma denúncia via ouvidoria. Desde então, “a universidade vem adotando todas as diligências cabíveis para apurar os fatos e colher os documentos necessários para instauração de possível processo administrativo disciplinar, caso haja materialidade”, esclarecia a instituição no comunicado.

Daniela, demitida hoje, exercia o cargo de professora do Departamento de Ciências Atuariais da Unifesp há quase uma década. 

Ela e o marido moram, atualmente, nos Estados Unidos. Eles estão no país desde que ele pediu exoneração do Ministério da Educação, em junho de 2020. 

Segundo o Portal da Transparência, Abraham Weintraub teve uma remuneração bruta de 4.520,16 reais até março de 2023. Em abril e maio daquele ano, nenhum valor foi repassado ao servidor. Já em junho, ele chegou a receber 263,37 reais. 

Daniela, por sua vez, teve um salário bruto de 6.122,77 reais depositado até fevereiro de 2023. Entre março e maio daquele ano, a servidora não foi remunerada pela universidade. Assim como o esposo, ela também recebeu uma quantia em junho, de 528,31 reais.

O ex-ministro, em uma live transmitida pelo Youtube, apresentou uma versão distinta da Unifesp. Ele alega que, assim como a esposa, se afastou da universidade no final de 2018, quando assumiu o Ministério da Educação na gestão de Jair Bolsonaro (PL). Ele sustenta que, após oficializar uma mudança para os Estados Unidos no pós-MEC, fez um pedido de licença não remunerada e que, desde então, nenhum dos dois teriam recebido salários. Como citado, porém, os dados do Portal da Transparência desmentem a versão.

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