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Unifesp suspende salários de Weintraub e esposa por faltarem ao trabalho

Está em curso um procedimento interno para apurar as ausências do casal; os pagamentos foram suspensos de maneira preventiva em abril

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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A Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) suspendeu os salários de Abraham Weintraub e sua esposa Daniela Weintraub em razão de não comparecimento ao trabalho.

Em nota, a instituição esclareceu que está em curso um procedimento interno para apurar as ausências do casal  e que, de maneira preventiva, os pagamentos foram suspensos a partir de abril deste ano, data em que ambos os processos foram instaurados.

O caso passou a ser investigado após a universidade receber denúncia via ouvidoria em 13 de abril. Desde então, ‘a universidade vem adotando todas as diligências cabíveis para apurar os fatos e colher os documentos necessários para instauração de possível processo administrativo disciplinar, caso haja materialidade’, esclareceu a instituição no comunicado.

Weintraub mora com a esposa nos Estados Unidos desde que pediu exoneração do cargo de ministro da Educação do governo Bolsonaro. Ele deixou o cargo após se envolver em uma série de polêmicas e de ofender ministros do Supremo Tribunal Federal.

Os dois são servidores da instituição. Weintraub faz parte do departamento de Ciências Contábeis há nove anos, e Daniela, do departamento de Ciências Atuariais há quase uma década.

Segundo o Portal da Transparência, Abraham Weintraub teve uma remuneração bruta de R$ 4.520,16 paga até março deste ano. Em abril e maio, nenhum valor foi repassado ao servidor. Já em junho, ele chegou a receber R$ 263,37. Daniela, por sua vez, teve um salário bruto de R$ 6.122,77 depositado até fevereiro. Entre março e maio, a servidora não foi remunerada pela universidade. Assim como o esposo, ela também recebeu uma quantia em junho, R$ 528,31.

Em live transmitida em seu canal do Youtube, Abraham Weintraub disse que ele e a esposa se afastaram da universidade no final de 2018 quando ele assumiu o Ministério da Educação sob o governo Bolsonaro e que, após a mudança para os Estados Unidos, fez um pedido de licença não remunerada e que, desde então, nenhum dos dois estão recebendo salários. Ainda segundo o ex-ministro, o pedido de licença foi formalizado.

“Para criar o constrangimento, como sou concursado e tenho estabilidade, eles querem que eu renuncie. E aí, sem eu solicitar, eles depositaram dois meses de salário na minha conta. Entraram R$ 4.000 um mês e mais R$ 4.000 no outro mês, depois pararam porque falaram que eu não estou dando aula e aí estão falando que eu estou recebendo sem dar aula”, afirmou.

“Veja, está tudo formalizado, eu pedi a licença há mais de um ano. E agora judicializei porque eles estão me perseguindo politicamente, agindo de má-fé”, acrescentou.

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