Justiça
Milícia digital se reorganizou e tenta ganhar aderência da comunidade internacional, diz PF
As investigações apontam que o grupo montou estrutura fora do Brasil para tentar escapar das ordens judiciais brasileiras


A Polícia Federal aponta, no relatório encaminhado ao ministro do STF, Alexandre de Moraes, que o X (ex-Twitter) está viabilizando a “reorganização da Milícia Digital” ao permitir que investigados no inquérito das milícias digitais possam promover lives na plataforma, mesmo com as contas suspensas por ordem judicial.
O objetivo, segundo a PF, é “obter a aderência de parcela da comunidade internacional com afinidade ideológica com o grupo investigado para impulsionar o extremismo do discurso de polarização e antagonismo aos poderes constituídos no país”.
“Os investigados intensificaram a utilização da estrutura da milícia digital fora do território brasileiro com os objetivos de se furtar ao cumprimento das ordens judiciais e tentar difundir informações falsas”, diz relatório da corporação.
As informações fazem parte do documento enviado ao STF na noite de sexta-feira 19, que se debruça sobre as ameaças de Elon Musk, dono da rede social X, de reativar perfis bloqueados por ordem judicial.
“Os investigados nunca cessaram suas condutas criminosas. No entanto, nesse momento, vislumbra-se uma reorganização da milícia digital dentro dos limites da jurisdição brasileira, com a reativação dos perfis na plataforma X, por meio da disponibilização aos usuários brasileiros de links para acompanharem lives transmitidas fora do País pelos investigados”, conclui a PF.
Com informações da Agência Brasil
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Moraes atende pedido da PF e dá mais 180 dias para conclusão do inquérito das milícias digitais
Por Wendal Carmo
Os novos recados de Moraes sobre a regulação das big techs e os ‘milicianos digitais’
Por CartaCapital
Câmara dá aval a auditoria do TCU em contratos de empresa de Musk com o governo federal
Por Wendal Carmo