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Justiça nega prisão domiciliar para policial bolsonarista que matou petista no Paraná

Defesa de Jorge Guaranho alegava razões de saúde, mas desembargador afirmou não haver provas sobre ‘falta de tratamento’

Justiça nega prisão domiciliar para policial bolsonarista que matou petista no Paraná
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O ex-policial Jorge Guaranho. Foto: Reprodução
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O Tribunal de Justiça do Paraná rejeitou o pedido de prisão domiciliar para Jorge José da Rocha Guaranho, ex-policial penal que matou o guarda municipal e ex-tesoureiro do PT Marcelo Arruda, em Foz do Iguaçu (PR), em 9 de julho de 2022.

O desembargador substituto Sérgio Luiz Patitucci decidiu na quinta-feira 11 que o ex-policial deve permanecer preso até o júri popular, marcado para 2 de maio. 

Não se verifica a ocorrência de ilegalidade que justifique a substituição da prisão preventiva em prisão domiciliar, ainda que mediante monitoração eletrônica“, concluiu o magistrado.

Os advogados alegaram que Guaranho não teve atendimento médico adequado após sofrer uma queda na prisão e fraturar o braço esquerdo. O juiz contestou a versão.

“Não há nos autos prova de que o paciente não está recebendo o tratamento adequado no estabelecimento prisional em que se encontra, inexistindo ilegalidade à primeira vista”, diz um trecho do despacho. 

O júri foi adiado depois de os advogados do ex-policial abandonarem o fórum de Foz do Iguaçu em 4 de abril. Em sua decisão, o desembargador cita esse episódio como um dos fatores a inviabilizarem a prisão domiciliar.

“O trâmite do processo na segunda fase do Procedimento do Júri gera sérias preocupações e dúvidas a este Juízo sobre a intenção do mencionado réu em procrastinar o julgamento do feito.”

O assassinato aconteceu durante a festa de aniversário de 50 anos de Arruda, cujo tema era o então candidato a presidente Lula (PT).

Na ocasião, Guaranho passou de carro em frente ao salão de festas aos gritos de “aqui é Bolsonaro” e “Lula ladrão”. Eles discutiram e, mais tarde, o ex-policial penal voltou ao local e atirou contra o guarda municipal.

O petista, já ferido no chão, baleou o bolsonarista, que ficou internado em um hospital antes de ser transferido para a prisão.

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