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Em CPI, vice-presidente da Braskem admite responsabilidade da empresa sobre o desastre em Maceió

Apesar das explicações, Marcelo Arantes, evitou responder perguntas que lhe eram feitas

Em CPI, vice-presidente da Braskem admite responsabilidade da empresa sobre o desastre em Maceió
Em CPI, vice-presidente da Braskem admite responsabilidade da empresa sobre o desastre em Maceió
O vice-presidente da Braskem, Marcelo Arantes, em depoimento no Senado. Foto: Pedro França/Agência Senado
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O vice-presidente da Braskem, Marcelo Arantes, admitiu pela primeira vez, nesta quarta-feira 10, que a empresa é responsável pela crise em Maceió (AL), que vem registrando afundamento do solo em vários bairros.

“A Braskem tem, sim, contribuição e é responsável pelo evento ocorrido em Maceió. Isso já ficou claro”, disse Arantes, em depoimento dado à CPI que apura o caso no Senado.

“Não é à toa que todos os esforços da companhia têm sido colocados para reparar, mitigar e compensar todo o dano causado à subsistência na região”, destacou o executivo.

Arantes respondia a um questionamento do senador Dr. Hiran (PP-PR), que explicou que, na sua visão, a empresa sempre negou a responsabilidade sobre o desastre ambiental na capital alagoana.

No depoimento, o empresário detalhou o que chamou de “programa de compensação financeira” estabelecido para os moradores afetados pelo afundamento do solo. Ele disse, também, que, até o momento, todas as propostas de acordo foram aceitas pelas famílias, mesmo que envolvessem duas ou mais rodadas de negociação.

Na sessão de hoje, apesar das explicações, Marcelo Arantes, que é vice-presidente Global de Pessoas, Comunicação, Marketing e Relações com a Imprensa da Braskem, evitou responder perguntas que lhe eram feitas.

“O senhor dirige a área de pessoas, e a gente está perguntando se sete pessoas estavam trabalhando nas minas, e isso não é do seu conhecimento? Se, tecnicamente, não pode responder absolutamente nada, estamos perdendo muito tempo aqui”, disse o senador Omar Aziz (MDB-AM), contrariado com as escusas do executivo.

Por conta do depoimento de hoje, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffolli, concedeu, na última terça-feira 9, uma autorização para que Arantes pudesse ficar em silêncio em caso de perguntas cujas respostas poderiam gerar provas contra si mesmo.

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