Justiça

PF prende a esposa de deputado suspeito de chefiar milícia na Bahia

Mayana Cerqueira da Silva foi alvo da Operação Hybris, deflagrada em conjunto pela PF e pelo Ministério Público estadual

PF prende a esposa de deputado suspeito de chefiar milícia na Bahia
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AscomALBA/AgênciaALBA
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A esposa do deputado estadual baiano Binho Galinha (Patriota), apontado pela Polícia Federal como chefe de uma milícia que age em Feira de Santana (a 100 quilômetros de Salvador), foi presa nesta terça-feira 9.

Mayana Cerqueira da Silva foi alvo da Operação Hybris, deflagrada em conjunto pela PF e pelo Ministério Público estadual. A mulher já havia sido detida em dezembro no âmbito da mesma investigação e cumpria prisão domiciliar.

Cinco policiais militares, entre eles um tenente-coronel, também foram alvo de mandados de busca e apreensão e suspensos de suas funções públicas nesta terça. A 1ª Vara Criminal de Feira de Santana ainda deu aval ao bloqueio de 4 milhões de reais das contas bancárias de investigados.

As apurações apontaram que os PMs ocultaram a propriedade de bens e dissimularam valores decorrentes de infrações penais. Além disso, a Receita Federal identificou inconsistências fiscais dos investigados, movimentação financeira incompatível, bens móveis e imóveis não declarados e indícios de lavagem de dinheiro.

A Operação Hybris é um desdobramento da El Patrón, deflagrada no ano passado e que investigou Binho Galinha. O parlamentar, que hoje cumpre prisão domiciliar, é apontado como chefe da milícia na Bahia.

Em nota enviada à imprensa, ele negou ter praticado os crimes e disse estar à disposição da Justiça para esclarecer os fatos envolvendo seu nome e os de familiares na operação.

Segundo as investigações, a milícia agia há 20 anos na Bahia e desviou milhões de reais ao longo de décadas. Cada integrante tinha uma função bem definida no grupo:

  • PMs: atuavam como “braço armado” da organização, fazendo as cobranças das dívidas por agiotagem e jogo do bicho;
  • Empresas: os empreendimentos tinham licenciamento para funcionar, mas trabalhavam para lavar dinheiro. A PF não forneceu os nomes das companhias, mas afirmou que as atividades de todas elas foram suspensas;
  • João Guilherme Cerqueira da Silva Escolano: filho do deputado Binho Galinha, seria responsável por receber o dinheiro do crime desde quando tinha menos de 18 anos;
  • Mayana Cerqueira da Silva: as investigações apontaram movimentação financeira incompatível com os rendimentos declarados à Receita Federal e a maioria das transações feitas por ela envolve os outros suspeitos.

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