Política
Quem é Valéria Bolsonaro, a nova secretária de Políticas para a Mulher de São Paulo
Deputada pelo PL em segundo mandato, a parlamentar que irá chefiar a principal pasta em defesa da mulher nunca propôs nenhuma lei sobre violência de gênero


O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) nomeou, nesta terça-feira 9, a deputada estadual Valéria Bolsonaro (PL) para o comando da secretaria de Políticas para a Mulher de São Paulo.
Deixa o cargo a vereadora evangélica Sonaira Fernandes (PL) — que nos bastidores está sendo cotada para o cargo de vice na chapa com Ricardo Nunes (MDB) para a Prefeitura da capital paulista.
Valéria Muller Ramos Bolsonaro é casada com um primo de segundo grau do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Luis Oscar Bolsonaro, e começou sua carreira política seguindo os passos do ‘parente distante’.
Foi para o Partido Social Cristão (PSC), em 2016, quando o ex-capitão se filiou à sigla e tentou a Câmara Municipal de Campinas, sem sucesso.
Em 2018, quando ele foi para o PSL, ela também se filiou à legenda e naquele ano foi eleita deputada estadual com mais de 54 mil votos.
Um dos movimentos que impulsionou sua candidatura foram vídeos em seu canal de YouTube onde manifestava repúdio ao que chama de ‘ideologia de gênero‘ e o apoio ao armamento.
Foto: Reprodução
Pouco mais de um ano depois da filiação, ela foi expulsa por “infidelidade partidária”. A denúncia era de que ela divulgou informações internas do partido.
Posteriormente foi reeleita para seu segundo mandato, agora pelo PL, com 131.557 votos em 2022.
A sua atuação passa por temas como: educação, saúde, assistência social e políticas públicas para mulheres.
Ela liderou a Frente Parlamentar de Apoio de Combate ao Câncer e no último ano foi eleita presidenta da Comissão de Defesa dos Direitos das Mulheres.
Na época, disse que seu mandato defenderia ‘proteção dos direitos femininos e combate à violência de gênero’.
No entanto, atualmente, com quase seis anos de mandato, Valeria nunca propôs nenhuma lei sobre violência contra a mulher, como mostra o site da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp).
Em seu primeiro ano na Alesp, por exemplo, integrou uma proposição para extinguir com a Ouvidoria da Polícia de São Paulo, que é a principal responsável por averiguar denúncias sobre atuação ilegal das forças de segurança do Estado.
Outros projetos de sua autoria que cabe destaque são: a criação do Fundo Estadual da Pessoa com Deficiência e a inclusão de aprendizes e deficientes em empresas públicas.
Bióloga por formação, antes da atuação partidária, atuou como professora por mais de 30 anos na rede pública, especialmente em Campinas, onde vive.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Em São Paulo, PM agride mulher com tapa no rosto dentro de estação de metrô
Por Camila da Silva
Sancionada lei que cria o Dia da Mulher Sambista
Por Agência Senado
Associação de juízes se junta a ação e tenta evitar anulação de concurso só para mulheres
Por CartaCapital
Senado aprova salas no SUS exclusivas para mulheres vítimas de violência; falta a sanção de Lula
Por CartaCapital