Política
Em evento, Janja e ministras cobram mais representatividade na equipe de governo
Segundo a primeira-dama, o presidente tem se mostrado disposto a ‘aprender’ sobre a pauta com as mulheres da equipe


A primeira-dama Rosângela Silva, a Janja, aproveitou o lançamento do Relatório da Agenda Transversal Mulheres PPA 2024-2027, nesta segunda-feira 4, na sede do Banco do Brasil, em Brasília, para reforçar o apelo que tem feito desde o início do governo por mais representatividade feminina na equipe.
O registro das declarações da socióloga é do jornal O Globo, que acompanhou o evento com plateia majoritariamente formada por servidoras públicas. Conforme descreveu a publicação, Janja não se furtou a dizer que já pediu – e seguirá pedindo – a Lula mais espaço para mulheres nas instâncias de poder. O presidente, diz ela, se mostra disposto a ‘aprender’.
“Apesar de ele ser presidente, a gente tem muito também o que ensinar e mostrar para ele. É isso que ele espera de nós”, disse Janja no evento.
Ela reforçou, ainda, que usará o Plano Plurianual como mais um de seus argumentos para indicação de mulheres aos cargos de liderança. O documento prevê, entre outros itens, a redução em 10% da desigualdade salarial entre homens e mulheres até 2027.
O investimento em projetos científicos femininos e bolsas para mulheres que integram parcelas mais vulneráveis da população também aparecem no texto, bem como a construção de maternidades e outros espaços de atendimento e acolhimento.
Segundo Janja, este será ‘o livro de cabeceira’ de Lula nos próximos dias. A ideia, defende, é que a proposta ajude a reduzir o ‘incomodo’ de se encontrar espaços como o atual STF, majoritariamente masculinos. A Corte atual conta apenas com Carmén Lúcia, após aposentadoria de Rosa Weber e indicação de Flávio Dino.
“Toda vez que eu chego lá no Supremo, eu vou direto para ela [Carmén Lúcia]. Porque eu sempre entro naquele salão e é muito masculino. Aquilo me incomoda muito”, relatou a primeira-dama.
“Eu espero, realmente, é um espaço muito difícil, mas eu espero que ainda esse espaço possa ser de mais mulheres”, concluiu em seguida.
O apelo e as cobranças de Janja, conforme destaca o jornal, foram ecoados pelas demais ministras presentes no evento, como Margareth Menezes, da Cultura, e Cida Gonçalves, das Mulheres. Ambas disseram esperar mais paridade na composição do Planalto. Carmém Lúcia, do STF, também discursou em linha com a avaliação de Janja.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Como Janja ajudou a frear militares no 8 de Janeiro
Por CartaCapital
Lula condecora Janja ao mais alto grau da Ordem de Rio Branco
Por CartaCapital
‘O que eu sofri ontem é o que muitas mulheres sofrem diariamente’, diz Janja, após ter conta invadida
Por CartaCapital
‘Sabe que tentou dar um golpe’, diz Lula sobre ato de Bolsonaro na Avenida Paulista
Por Gabriel Andrade