Política

Heinze nega sugestão de ‘sequestrar urnas’, mas repete ‘dúvidas’

O senador foi citado pela Polícia Federal no contexto de um encontro realizado em meio a tratativas para reverter o resultado do pleito

Créditos: Roque de Sá / Agência Senado
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O senador Luis Carlos Heinze (PP-RS) afirmou nesta quinta-feira 15 não ter cogitado “sequestrar ou confiscar uma urna eletrônica”, mas defendeu sua tentativa de iniciar uma investigação sobre o processo eleitoral após a vitória de Lula (PT) contra Jair Bolsonaro (PL) em 2022.

Heinze foi citado pela Polícia Federal no contexto de um encontro realizado em meio a tratativas para reverter o resultado do pleito. Ele teria participado de uma reunião em 12 de novembro de 2022 com a presença, entre outros, do tenente-coronel Mauro Cid, do major do Exército Rafael Martins de Oliveira e do tenente-coronel do Exército Hélio Ferreira Lima.

“As ações que empreendi após as eleições de 2022 são de domínio público e estão devidamente documentadas, não se baseiam em conjecturas ou delações”, disse o senador, em nota, nesta quinta. “Diante das dúvidas em relação ao escrutínio e atendendo aos apelos por esclarecimentos dos meus eleitores, recorri aos mecanismos legais disponíveis, buscando a intervenção do Estado para a realização de uma investigação imparcial.”

Após a eleição, Heinze se manifestou em diferentes ocasiões sobre uma suposta necessidade de investigar o processo eleitoral. Em 29 de novembro de 2022, usou a tribuna do Senado para questionar a transparência do pleito.

“Temos uma Constituição, somos um país democrático e não podemos concordar com qualquer indício de irregularidade. Por isso, é preciso apurar. Os militares foram tolhidos na sua competência de analisar os códigos-fontes. A eles foi permitida apenas a análise de milhões de linhas com apenas papel e caneta”, alegou. “Qual o problema de abrir os códigos fontes e mostrar que não há irregularidade?”

Naquele dia, Heinze também criticou o indeferimento de um pedido de investigação de sua autoria, com o apoio de 14 senadores, enviado à Procuradoria-Geral da República. O Ministério Público Federal entendeu não haver no relatório do Ministério da Defesa sobre as urnas qualquer fato concreto que justificasse a abertura de uma apuração.

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