Justiça
O que se sabe sobre a operação contra ‘falsos diretores’ do BNDES
Polícia apura se grupo se passava por diretores de banco para aplicar golpes


A Polícia Civil de Goiás prendeu, na última sexta-feira 9, Gilberto Rodrigues de Oliveira e Girlandio Pereira Chaves. Eles são investigados por supostamente terem se passado por diretores de instituições financeiras, a exemplo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), para aplicar golpes.
As investigações apontam para a existência de um terceiro suspeito, Luciano Oliveira Gomes, que está foragido.
De acordo com o delegado responsável pelo caso, Daniel Oliveira, o grupo entrava em contato com empresários e fazendeiros. A ideia era negociar falsos empréstimos, a troco de porcentagem a título de comissão para os dois.
Os encontros eram marcados em hotéis de alto padrão. Só em Goiás, os investigadores estimam que a dupla já fez sete vítimas, gerando prejuízos na casa dos 4,7 milhões de reais.
Os investigadores acreditam, ainda, que o grupo fez vítimas em outros estados do país. No Distrito Federal, por exemplo, a Polícia Civil apura fraudes da ordem de 3,2 milhões de reais.
No primeiro semestre do ano passado, o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, chegou a formalizar uma denúncia sobre as fraudes ao Ministério da Justiça e Segurança Pública. Na época, as autoridades policiais cumpriram mandados de busca e apreensão contra o grupo, mas eles não foram encontrados.
O ponto-chave para o avanço nas investigações aconteceu no final do ano passado, quando o grupo teria tentado aplicar um golpe contra uma procuradora aposentada do Tribunal de Contas do Estado do Estado do Tocantins (TCE-TO). A procuradora, que buscava um empréstimo no valor de 15 milhões de reais, chegou a ter um prejuízo de 1 milhão de reais.
Caso seja apresentada uma denúncia formal, os integrantes do grupo podem responder por estelionato e associação criminosa. As defesas dos citados ainda não se manifestaram sobre o tema.
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