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Racha entre Cid e Ciro Gomes causa debandada de prefeitos do PDT no Ceará

Disputa na sigla envolve divergências sobre aliança ou não com o PT no estado; Ivo Gomes, irmão de Cid e Ciro, optou por sair da legenda

Racha na família Gomes - Cid e Ciro brigaram nas eleições de 2022 e agora travam nova disputa pelo comando do PDT no Ceará - Waldemir Barreto/Agência Senado
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Desde que o senador Cid Gomes (PDT-CE) e o seu irmão, Ciro Gomes (ex-ministro da Fazenda e ex-candidato à Presidência) tornaram pública a crise política entre ambos, o Partido Democrático Trabalhista (PDT) vem sofrendo uma série de baixas entre os seus quadros. 

A disputa está centrada no Ceará. Nesta semana, a Justiça do estado suspendeu a intervenção da Executiva Nacional do PDT no diretório cearense da sigla, fazendo com que Cid Gomes retomasse o controle do comando local. 

A intervenção tinha sido proposta por Ciro Gomes, segundo comunicado do próprio partido. Basicamente, os dois políticos divergem sobre se o partido deve se aliar ou não ao PT nas eleições municipais do ano que vem. Ciro sustenta que o PDT apoie a reeleição de José Sarto à prefeitura de Fortaleza (CE) sem o apoio do partido do presidente Lula (PT). Já Cid Gomes defende que, na chapa para a prefeitura, conste um nome do PT para o cargo de vice-prefeito.

As divergências sobre os rumos que o partido deverá tomar se tornaram insustentáveis para quadros internos, nesta semana. Na última terça-feira 14, em reunião com Cid, 43 prefeitos do PDT decidiram deixar o partido. Um deles é Ivo Gomes, irmão mais novo de Cid e Ciro, que é prefeito de Sobral (CE). 

A maior parte dos mandatários locais que desembarcaram do PDT são do Ceará. A saída é especialmente importante, em termos eleitorais, uma vez que, nas eleições de 2020, o PDT elegeu 65 prefeitos no estado nordestino. O número total de prefeitos do PDT eleitos em 2020 (314) já foi menor do que os eleitos em 2016 (331).

O PDT é um dos partidos mais tradicionais da centro-esquerda brasileira. O partido foi fundado em pleno regime militar, em 1979, e teve como um dos nomes históricos Leonel Brizola, ex-governador do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro.

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