Esporte
Privatização do Porto de Santos e crítica ao nível do esporte: as declarações de Costa Filho e Fufuca
Novos ministros do governo Lula (PT) comentaram os primeiros planos após tomarem posse


Após tomar posse como novo ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho (Republicanos) disse que deseja trabalhar pela “não privatização” do Porto de Santos, o maior da América do Sul. Já André Fufuca (PP), que assumiu o Ministério do Esporte no lugar de Ana Moser, definiu como “quase zero” a qualidade esportiva no País. As declarações foram concedidas nesta quarta-feira 13, em Brasília (DF).
“O Porto de Santos, o nosso desejo é de trabalhar pela não privatização, mas vamos dialogar com o setor produtivo”, afirmou Costa Filho. Ele também deverá mediar o diálogo com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), defensor da desestatização.
No primeiro semestre, Tarcísio chegou a pedir ao governo federal a continuidade do processo de desestatização, estimulado pela gestão ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Outro tema tratado por Costa Filho na entrevista foi o programa do governo federal para diminuir os custos de passagens aéreas no País. O Voa Brasil foi criado pelo ex-chefe da pasta Márcio França.
“Hoje à noite, já temos reunião com os ministros de Minas e Energia e Turismo para trabalhar com companhias aéreas para buscar redução dos preços das passagens. Importante para aposentados, o Voa Brasil é um projeto que em breve queremos apresentar”, disse o novo ministro.
Em 2022, os preços médios das passagens aéreas bateram recorde no Brasil. Segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil, a tarifa média no ano passado foi de 644,5 reais, a maior da série histórica iniciada em 2011. Corrigido pela inflação, o valor é 113 reais mais caro que a média de 2021 e 126 reais mais elevado que o de 2019, antes da pandemia de Covid-19.
André Fufuca, por sua vez, começou sua declaração elogiando a ex-ministra Ana Moser, definindo-a como “um personagem histórico do esporte nacional”.
“Não podemos falar de uma revolução esportiva no momento em que temos um esporte de qualidade quase zero no País. Temos muito a avançar, muito a crescer”, observou.
Entre outras atribuições, o Ministério do Esporte é responsável pela gestão do Bolsa Atleta, criado em 2005. Em 2023, segundo dados da pasta, o programa contempla 7.868 esportistas, um aumento de 20% em relação ao número de atletas beneficiados em 2022. Do total, 5.898 são atletas de modalidades olímpicas, enquanto 1.970 representam modalidades paralímpicas.
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