Diálogo sobre privatização do Porto de Santos com o governo Lula é ‘excelente’, diz Tarcísio

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), voltou a defender a privatização do Porto de Santos e afirmou que o diálogo sobre o tema com o governo federal é “excelente”. A declaração ocorreu nesta segunda-feira 13, em coletiva de imprensa após um evento com empresários na capital paulista.

Quem administra o Porto de Santos é a Santos Port Authority S. A., empresa pública vinculada ao governo federal. O ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, já se declarou contrário à privatização do Porto de Santos.

Tarcísio, porém, tem insistido na proposta. Segundo o governador, o Porto de Santos demanda investimentos ágeis para obras em terminais, o que somente a iniciativa privada seria capaz de oferecer.

“Se a gente não fizer isso, essas áreas, em pouco tempo, vão virar favelas”, declarou. “E a gente vai, paulatinamente, destruir a competitividade do Porto de Santos.”

Questionado por CartaCapital se pretende ignorar a posição do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Tarcísio declarou que prefere “construir” e afirmou que o diálogo já ocorre.

“Não é ignorar, é construir. Observe que, por exemplo, semana passada eu tive uma reunião sobre o Porto de Santos com o Rui Costa [ministro da Casa Civil] e a reunião foi excelente”, afirmou.

Ele disse que a pergunta que tem feito para convencer o governo federal sobre o projeto é se há possibilidade de mobilizar grandes investimentos e gerar emprego em pouco tempo. O governador chamou de “dogma” o entendimento de que as autoridades portuárias têm que ser públicas.

“O que a autoridade portuária pública faz que o poder concedente não possa fazer e a regulação não possa fazer?”, questionou. Na sequência, deu como exemplos a atribuição de área e a definição de políticas tarifária.

O governador disse ainda que o próprio presidente da República se mostrou disposto a levar projeto em frente. Além disso, afirmou que o relacionamento com o governo federal tem sido “ótimo”.

“Não pode ter dogma. Aliás, a primeira conversa que eu tive com o presidente sobre isso foi excelente. Ele disse: Tarcísio, eu não tenho dogma. Fala com a equipe, se a equipe perceber que é bom, a gente toca“, contou. “Ele mesmo me recomendou: Procura o Rui Costa.”

Tarcísio falou a uma plateia de 350 convidados de empresas como Cosan, do agronegócio, a empresa de pneus Pirelli, a papeleira Paper Excellence e a farmacêutica Sanofi. O almoço-debate foi organizado pelo Grupo de Líderes Empresariais, o Lide, que tem como fundador o ex-governador João Doria.

Na ocasião, Tarcísio também reforçou a intenção de privatizar a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo, a Sabesp, e a Empresa Metropolitana de Águas e Energia S/A, a Emae.

Além disso, o governador de São Paulo enalteceu o leilão do Rodoanel, marcado para esta terça-feira 14, na Bolsa de Valores. O Rodoanel é um anel rodoviário de 176 quilômetros de expansão que circunda a região central da Grande São Paulo. Segundo ele, a expectativa é concluir o trecho Norte do Rodoanel até 2026.