Política

Salles tumultua a CPI do MST com pergunta sobre a ditadura e gera reação de deputadas

O relator chamou o golpe de ‘revolução’ e questionou se o ex-GSI Gonçalves Dias considerava a ditadura positiva ou negativa

Salles tumultua a CPI do MST com pergunta sobre a ditadura e gera reação de deputadas
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Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
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O depoimento do ex-ministro do GSI Gonçalves Dias à CPI do MST, nesta terça-feira 1º, foi marcado por tumulto e bate-boca entre parlamentares.

A confusão começou após o relator da comissão, Ricardo Salles (PL-SP), fugir do tema e questionar GDias – como é conhecido – sobre sua opinião a respeito do golpe militar de 1964. A pergunta gerou uma reação de deputados governistas.

Chamando o golpe de “revolução”, Salles questionou se Dias considerava a ditadura positiva ou negativa. O ex-ministro se recusou a responder, mas o bolsonarista insistiu na pergunta e provocou o general.

“Quero apenas entender se você faz parte da ala que considera revolução ou golpe. Me soa estranho, para não dizer traição aos seus colegas de caserna, o senhor não dizer que 64 foi uma boa medida”, afirmou.

As deputadas Gleisi Hoffmann (PT-PR), Talíria Petrone (PSOL-RJ) e Sâmia Bomfim (PSOL-SP) questionaram a presidência da CPI sobre a pergunta, a destoar do objeto de investigação do colegiado.

“O senhor não gosta de democracia. Não gosta de ouvir as mulheres falando e por isso faz elogios à ditadura”, disse Sâmia. Ela foi interrompida pelo relator e o mandou “calar a boca”.

O bate-boca durou cerca de dez minutos. Na sequência, Salles voltou a questionar Dias sobre o tema, sob a justificativa de que a pergunta tentava situar “ideologicamente” a testemunha.

“Deputado, isso não é objeto da comissão. O Exército pauta a sua conduta em cima de hierarquia, disciplina e cadeia de comando, amalgamado pelos valores éticos”, devolveu o ex-GSI.

GDias depõe à CPI do MST na condição de testemunha. Ele chegou a pedir ao Supremo Tribunal Federal para não ser obrigado a comparecer ao colegiado, mas o ministro André Mendonça garantiu somente seu direito ao silêncio.

No requerimento de convocação, os parlamentares argumentaram que a ida do militar à CPI teria o objetivo de informar “ações realizadas pela Agência Brasileira de Inteligência no monitoramento de invasões de terra ocorridas no Brasil”.

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