Mundo
Boric diz não se sentir ofendido por Lula, mas volta a defender condenação à Rússia
O petista chamou o mandatário chileno de ‘jovem apressado’ nesta quarta-feira 19
O presidente do Chile, Gabriel Boric, reiterou sua manifestação sobre a guerra da Ucrânia e disse não se sentir ofendido com a declaração de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a seu respeito.
Lula chamou Boric de “jovem apressado” ao comentar a pressão do Chile para que a Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos, a Celac, condene a Rússia e adote uma posição similar à da Europa.
Questionado pela imprensa em Paris, em meio a um giro pela Europa, o chileno disse seguir “princípios” e classificou a invasão russa à Ucrânia como “agressão inaceitável”.
“Nenhuma potência pode passar por cima do direito internacional, violando a integridade territorial e realizando o massacre que estamos vendo”, afirmou Boric nesta quarta-feira 19.
Em seguida, afirmou ter “respeito e carinho” por Lula e que “não há diferenças substantivas” entre eles.
“Não me sinto ofendido. Me sinto muito tranquilo. Somos da mesma família política, mas a posição do Chile é uma posição de princípios, em defesa do direito internacional. Temos que ser categóricos, não podemos deixar nenhum espaço para dúvidas.”
Lula e Boric marcaram presença na cúpula da Celac com a União Europeia, espaço de discussão que não ocorria há oito anos. Alguns líderes de esquerda se ausentaram, como López Obrador (México), Dina Boluarte (Peru), Nicolás Maduro (Venezuela) e Daniel Ortega (Nicarágua).
O governo brasileiro tem apresentado diferenças em relação ao Chile na forma de se manifestar sobre a questão ucraniana. Ambos os países condenaram a invasão russa nas Nações Unidas, mas o Brasil se recusa a tratar do tema em outros espaços, ao contrário do Chile.
Um exemplo é a decisão do Brasil de se negar a assinar uma declaração do bloco Summit for Democracy, liderado pela Casa Branca, que defende a responsabilização da Rússia “pelos crimes mais graves sob o direito internacional”. Já o Chile decidiu ser signatário do documento.
O governo brasileiro argumenta que o espaço de discussão sobre o conflito na Ucrânia deve ser a Organização das Nações Unidas. Além disso, Lula tenta articular um grupo de países para mediar a guerra, sob o entendimento de que tanto Vladimir Putin quanto Volodymyr Zelensky “não querem paz”.
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