Política
Gilmar Mendes suspende investigação que mira aliados de Lira
Na quarta 5, o juiz Roney Otilio, da 2ª Vara Federal da Justiça Federal de Alagoas, havia determinado o envio ao STF de toda a investigação
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, suspendeu nesta quinta-feira 6 a investigação da Operação Hefesto, deflagrada para apurar supostos crimes de fraude em licitação e lavagem de dinheiro na compra de kits de robótica para municípios alagoanos.
Na quarta 5, o juiz Roney Raimundo Leao Otilio, da 2ª Vara Federal da Justiça Federal de Alagoas, havia determinado o envio ao STF de toda a investigação.
No despacho, o magistrado afirmou que a Polícia Federal teria apontado suposto envolvimento do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), motivo pelo qual a investigação deveria ser encaminhada ao Supremo.
“Havendo indícios da participação nos delitos ora investigados de um congressista, a competência desse juízo se encerra”, escreveu Otilio.
Ele ainda mencionou na decisão documentos que citam Lira e Luciano Cavalcante, ex-assessor do deputado. A PF cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços ligados a Cavalcante no mês passado, no âmbito da Hefesto.
Entre os elementos elencados pelo magistrados estão:
- recibos de lavagens de veículos, termo de autorização de entrega de veículo, um formulário de autorização de viagem outorgado por Lira que tinha como beneficiário o então assessor;
- documento apreendido pela PF que indicaria um controle de gastos. Um dos destaques do material encontrado na residência de Wanderson Ribeiro de Jesus, motorista de Cavalcante, é o nome “Arthur”, mencionado 11 vezes no “caderno-caixa” e acompanhado dos maiores valores, a somarem 265 mil reais.
Conforme a decisão de Gilmar, a PF e o Ministério Público Federal não poderão avançar no caso até o STF analisar um pedido da defesa de Lira sobre a competência da investigação.
A apuração começou em 2022, após reportagem da Folha de S. Paulo informar que a contratação de kits de robótica para escolas públicas de Alagoas teria sido superfaturada. Desde que as primeiras denúncias vieram à tona, Arthur Lira tem negado irregularidades. Recentemente, ele afirmou que sua movimentação financeira “tem origem nos seus ganhos como agropecuarista e da remuneração como deputado federal”.
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