Justiça
Moraes vota para tornar réus os acusados de quebrar relógio de Dom João e furtar a réplica da Constituição
Acusados fazem parte do oitavo lote de denúncias contra bolsonaristas do 8 de Janeiro. Até agora, já são réus mais de 1.200 participantes dos atos golpistas


O Supremo Tribunal Federal começou a julgar, nesta sexta-feira 23, a oitava leva de denúncias oferecidas pela Procuradoria-Geral da República contra suspeitos de participar da tentativa de golpe do dia 8 de Janeiro.
O novo lote abarca acusações de 45 suspeitos de participar das depredações. O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, apresentou seu voto no sentido de receber as denúncias contra os suspeitos e dar início na ação penal.
O julgamento está aberto no plenário virtual e segue no aguardo do voto dos demais ministros.
Entre os acusados estão Antônio Cláudio Alves Ferreira, que foi flagrado quebrando o relógio de Dom João VI disposto no Palácio do Planalto. Outro acusado é Marcelo Fernandes Lima, apontado como quem furtou a réplica da Constituição. No grupo também está Willian Lima, flagrado com a toga usada pelos ministros do STF.
Em seu voto, Moraes ressaltou que as pessoas acolhidas na denúncia integravam o núcleo de executores, que continuam presos.
Entre os crimes praticados pelos acusados estão associação criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.
Até agora, o STF já abriu ação penal contra mais de 1.200 investigados apontados como executores, iniciadores ou autores intelectuais dos atos que depredaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília.
Ainda restam outras 100 denúncias a serem analisadas pela Corte. A expectativa do relator é de que os casos mais graves sejam julgados até o fim do ano.
“Pelo menos, aproximadamente os 250, que são os crimes mais graves, que estão presos, esses em seis meses, o Supremo vai encerrar”, projetou Moraes.
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