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Câmara cancela sessão em que Tacla Duran falaria sobre ‘extorsão’ na Lava Jato
O ministro Dias Toffoli, do STF, chegou a conceder um habeas corpus preventivo para que o advogado participasse da audiência


A Câmara dos Deputados informou o cancelamento de uma audiência prevista para a próxima segunda-feira 19 com a participação de Rodrigo Tacla Duran.
O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, chegou a conceder um habeas corpus preventivo para que o advogado participasse da sessão. Duran, que mora em Madrid, temia ser preso ao desembarcar no Brasil, devido a uma decisão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região interpretada como o restabelecimento de uma ordem de prisão contra ele.
O cancelamento da sessão de segunda-feira ocorreu, no entanto, por “questões burocráticas” a envolver a cooperação internacional com a Espanha.
Em março, Duran afirmou em depoimento por videoconferência à 13ª Vara Federal de Curitiba ter sido alvo de um “bullying processual” na Lava Jato. Ele também declarou ter sido vítima de uma suposta tentativa de extorsão e citou o ex-juiz e atualmente senador Sergio Moro (União-PR) e o ex-procurador e ex-deputado Deltan Dallagnol (Podemos-PR).
A Comissão de Administração e Serviço Público da Câmara aprovou, então, um convite apresentado pelo deputado Rogério Correia (PT-MG) a Tacla Duran, com a finalidade de esclarecer “denúncias de extorsão no âmbito da Lava Jato”. O cancelamento da audiência ocorreu nesta sexta-feira 16 e uma nova data não foi divulgada.
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