Justiça

Toffoli nega ação que questionava proibição de religiosos em terras Yanomamis

Norma, que era questionada pelo Podemos, impede que missionários pratiquem atividades religiosas junto aos indígenas e utilizem roupas com imagens ou expressões religiosas nos atendimentos locais

Toffoli nega ação que questionava proibição de religiosos em terras Yanomamis
Toffoli nega ação que questionava proibição de religiosos em terras Yanomamis
O ministro do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli. Foto: Nelson Jr./STF
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O ministro do Supremo Tribunal Federal Dias Toffoli julgou inviável a ação do partido Podemos que questionava a proibição de missionários e religiosos nas terras indígenas durante a emergência Yanomami.

O partido alegava que a Portaria Conjunta 1/2023 desrespeitava os direitos constitucionais, tais como a liberdade religiosa e a laicidade estatal. Sem entrar no mérito da questão, Toffoli negou a ação sob a justificativa de que aspectos processuais impedem a tramitação.

Por ser fundamentada na norma infralegal que declarou emergência de saúde nas terras Yanomami, a portaria em questão não regula diretamente leis e normas, mas sim trata uma situação concreta e específica – e portanto, não é passível de questionamento sob sua constitucionalidade.

A norma conjunta 1/2023, realizada em parceria entre a Funai e a Sesai, visava dificultar o livre acesso aos territórios protegidos e fez parte das ações de evacuação de garimpeiros na região. Mais que isso, o texto também visava impedir o contato de indígenas – já em situação de fragilidade – com novas doenças.

A regra também proíbe o proselitismo religioso, a tentativa de conquistar fiéis em contexto de carência e crise humanitária. O texto em questão impedia o exercício de atividades religiosas junto aos povos indígenas e o uso de roupas com imagens ou expressões religiosas nos atendimentos locais, no entanto, não impedia a ajuda humanitária desde que descaracterizada dos símbolos de fé.

Na gestão anterior, missionários cristãos chegaram a receber valores do governo de Jair Bolsonaro para atuarem nas terras indígenas. Uma das problemáticas da ação é o aculturamento e faz parte, segundo especialistas, do genocídio da cultura local.

Confira a decisão na íntegra:

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