Justiça
STF proíbe a destruição de provas obtidas com hackers na Operação Spoofing
A ação foi apresentada pelo PDT, baseada em uma suposta ordem do então ministro da Justiça Sergio Moro para eliminar o material


O Supremo Tribunal Federal decidiu chancelar uma liminar a proibir a destruição das provas obtidas com hackers no âmbito da Operação Spoofing, deflagrada para investigar a invasão de celulares de autoridades envolvidas na Lava Jato.
A ação foi apresentada pelo PDT em julho de 2019, baseada em uma suposta ordem do então ministro da Justiça Sergio Moro para destrur as provas apreendidas com os hackers presos pela Polícia Federal. A liminar foi concedida em agosto daquele ano pelo ministro Luiz Fux.
Quase quatro anos se passaram até o caso ser apreciado pelo plenário virtual do STF, em julgamento que se encerrou nesta terça-feira 13. Por unanimidade, a Corte seguiu o voto de Dias Toffoli, que substituiu Fux na relatoria em 2020 e manteve o caráter da decisão original.
Parte das mensagens obtidas com os hackers deu origem à Vaza Jato, série de reportagens a expor a proximidade e as relações entre procuradores da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, a exemplo de Deltan Dallagnol, e juízes responsáveis por analisar processos da operação, como Moro.
O voto de Toffoli reforça haver “fundado receio de que a dissipação de provas possa frustrar a efetividade da prestação jurisdicional, em contrariedade a preceitos fundamentais da Constituição, como o Estado de Direito e a segurança jurídica”.
O relator disse reconhecer também “o periculum in mora , consistente na circunstância de que a demora na efetivação da cautelar requerida pode gerar a perda irreparável de peças essenciais ao acervo probatório da Operação Spoofing e outros procedimentos correlatos”.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Rosângela Moro nomeia duas ex-assessoras de Deltan após deputado ter mandato cassado
Por CartaCapital
TRE une ações pela cassação de Moro e dá aval para depoimentos de testemunhas
Por CartaCapital
Deltan diz ter recebido Pix de ‘agentes de Deus’ para pagar sua condenação por diárias da Lava Jato
Por CartaCapital