Mundo
Maduro relativiza críticas e diz que reunião promovida por Lula inaugura nova etapa na América do Sul
Os presidentes do Chile, Gabriel Boric, e do Uruguai, Luis Lacalle Pou, criticaram declarações de Lula sobre a Venezuela


O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, relativizou as críticas de que é alvo e afirmou que a reunião promovida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com outros líderes da região inaugura uma “nova etapa de integração e união” no continente.
“Há presidentes com diversas visões, como vocês sabem. Somos uma corrente popular, bolivariana e de esquerda, e participamos de todos os processos integracionistas da América Latina e do Caribe”, iniciou Maduro. “Não temos problema em sentar, conversar e falar francamente com nenhuma força política, com nenhum presidente, com nenhuma corrente.”
Os presidentes do Chile, Gabriel Boric, e do Uruguai, Luis Lacalle Pou, criticaram as declarações de Lula sobre existirem “narrativas” a respeito da situação na Venezuela.
“Fiquei surpreso quando foi dito que o que acontece na Venezuela é uma narrativa. Já sabem o que pensamos sobre a Venezuela e o governo da Venezuela”, disse o uruguaio.
“Não é uma construção narrativa, é uma realidade”, acrescentou Boric a jornalistas. “É [uma realidade] séria, e tive a oportunidade de vê-la nos olhos e na dor de centenas de milhares de venezuelanos que vêm à nossa pátria e que exigem, também, uma posição firme e clara para que os direitos humanos sejam respeitados sempre e em todos lugares, independentemente da cor política do governante de turno.”
Na segunda-feira, após se reunir com Maduro, Lula disse que “se quiser vencer uma batalha, eu preciso construir uma narrativa para destruir meu potencial inimigo”.
O petista também defendeu a retomada de relações com a Venezuela. Ele ainda se referiu a Maduro e ao ex-presidente venezuelano Hugo Chávez como “companheiros” e chamou de “impostor” Juan Guaidó, autoproclamado presidente do país.
Segundo o presidente brasileiro, o “preconceito” contra o país vizinho ainda é um problema. Ele mencionou, por exemplo, alegações de bolsonaristas de que o Brasil seguiria os passos de Caracas após as eleições de 2022.
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