Economia
Maduro diz que comissão apurará dívida da Venezuela com o Brasil
Em tom de brincadeira, o presidente venezuelano intitulou o grupo de ‘comissão da verdade’


O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou nesta segunda-feira 29 que será estabelecida uma comissão para apurar o tamanho da dívida de seu país com o Brasil. A declaração foi concedida em resposta ao questionamento de jornalistas em Brasília, durante a sua visita ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Em tom de brincadeira, Maduro intitulou o grupo de “comissão da verdade”.
“Será estabelecida uma comissão para estabelecer esse tamanho [da dívida] e retomar os pagamentos”, declarou o chefe de Estado venezuelano. “A comissão vai estabelecer a verdade. A comissão da verdade.”
Maduro não antecipou qualquer estimativa sobre o tamanho da dívida. Em março deste ano, o presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Social, Aloizio Mercadante, havia informado que a cifra chegava aos 900 milhões de dólares, valor que corresponde atualmente a cerca de 4,5 bilhões de reais.
A dívida foi contraída por meio de um financiamento de obras que o Brasil realizou na Venezuela. O BNDES havia emprestado 1,5 bilhão de dólares para as obras, desde o governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Os projetos envolviam a construção de metrôs, um estaleiro e uma siderúrgica.
Conforme mostrou CartaCapital, a gestão de Jair Bolsonaro (PL) havia se recusado a renegociar a dívida, por se manifestar contra o sucessor de Hugo Chávez. No evento desta segunda, Lula mudou a postura do País e defendeu a inclusão da Venezuela nos Brics, bloco do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.