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Mercadante indica que BNDES não financiará obras de empresas brasileiras na Venezuela
O assunto ganhou repercussão a partir de declarações de Lula sobre o desejo do governo de financiar obras no exterior
O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante (PT), indicou não considerar a possibilidade de o banco financiar a exportação de serviços brasileiros para obras na Venezuela. Em entrevista ao UOL nesta segunda-feira 9, ele afirmou que esse virou um “assunto ideológico” e “um problema do governo federal”.
“Você pode ter uma renegociação de dívida, mas você não faz um financiamento para quem está inadimplente. Nunca foi mais do que 1,3% do desembolso do BNDES o financiamento de serviços no exterior. Nunca foi relevante. Parece que é o centro do BNDES, mas é um problema completamente marginal diante do que são os volumes de recursos que o BNDES empresta”, pontuou.
De acordo com Mercadante, a Venezuela tem uma dívida vencida com o Brasil de 900 milhões de dólares, além de uma dívida a vencer de 172 milhões de dólares. “Ao BNDES ela não deve nada, porque nós tínhamos um fundo garantidor. Isso é um problema do governo federal e do governo venezuelano”, declarou.
O assunto ganhou repercussão a partir de declarações de Lula (PT) sobre o financiamento de obras no exterior. Durante reunião com o presidente argentino, Alberto Fernandez, o petista disse que o governo brasileiro pretende ajudar a construir o gasoduto Néstor Kirchner.
O empreendimento é considerado um instrumento chave para impulsionar a extração de gás e óleo de xisto na região conhecida como Vaca Muerta, a abrigar uma das maiores reservas do mundo.
Nesta segunda, Mercadante ainda defendeu uma discussão em torno da taxa de juros no Brasil. A atuação do Banco Central, autoridade responsável pela política monetária, também é alvo de críticas de outros integrantes do governo. “É evidente que há espaço para redução da taxa de juros. Nós temos que discutir qual é o ritmo, qual é o prazo que isso vai acontecer”, afirmou.
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