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Após quase 24h de silêncio, Real Madrid publica nota sobre racismo contra Vinícius Júnior

Apesar da intensa repercussão e reincidência do caso, clube pelo qual brasileiro atua na Espanha não havia se pronunciado oficialmente

Após quase 24h de silêncio, Real Madrid publica nota sobre racismo contra Vinícius Júnior
Após quase 24h de silêncio, Real Madrid publica nota sobre racismo contra Vinícius Júnior
Foto: Jose Jordan/AFP
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O Real Madrid, clube pelo qual Vinícius Júnior atua na Espanha, se pronunciou sobre o racismo sofrido pelo jogador na partida contra o Valencia, neste domingo 21. A nota foi publicada quase 24 horas após o ocorrido.

“O Real Madrid CF manifesta a sua mais forte repulsa e condena os acontecimentos ocorridos ontem contra o nosso jogador Vinícius Junior”, inicia a publicação.

No texto, o clube de futebol informa que acionou a Procuradoria-Geral do Estado para que os fatos sejam investigados.

Antes, dezenas de clubes ao redor do mundo já haviam se posicionado em solidariedade ao craque brasileiro. Seu clube, porém, mantinha o silêncio.

Entenda o caso

Durante a derrota da equipe dele para o Valencia por 1 a 0, Vini Jr. escutou insultos racistas e gritos de “macaco” vindos das arquibancadas, gritados por milhares de torcedores. O jogo foi paralisado por cerca de oito minutos e, posteriormente, o jogador foi expulso ao se envolver em uma confusão. Nas imagens, ele chegou a ser contido por jogador adversário com um golpe de enforcamento.

Após o caso – que não é o primeiro contra o jogador – o governo brasileiro informou que irá acionar autoridades europeias para que providências sejam tomadas. O presidente Lula (PT), que estava no Japão, também condenou a violência contra o atacante.

““Não é possível que quase no meio do Século 21 a gente tenha o preconceito racial ganhando força em vários estádios de futebol na Europa”, disse. “Não é justo que o menino pobre que venceu na vida, que está se transformando possivelmente em um dos melhores [jogadores] do mundo – certamente do Real Madrid é o melhor – seja ofendido em cada estádio que ele comparece”, acrescentou Lula.

Outros políticos e celebridades do Brasil saíram em defesa do jogador. Clubes do País também postaram suas manifestações de repúdio ao caso.

Nas redes sociais o jogador reforçou as críticas aos organizadores do campeonato espanhol, que ainda não tomaram atitudes contundentes apesar da repetição do crime.

“Não foi a primeira vez, nem a segunda e nem a terceira. O racismo é o normal na La Liga. A competição acha normal, a Federação também e os adversários incentivam. Lamento muito. O campeonato que já foi de Ronaldinho, Ronaldo, Cristiano e Messi hoje é dos racistas”, escreveu o atleta.

“Uma nação linda, que me acolheu e que amo, mas que aceitou exportar a imagem para o mundo de um país racista. Lamento pelos espanhois que não concordam, mas hoje, no Brasil, a Espanha é conhecida como um país de racistas. E, infelizmente, por tudo o que acontece a cada semana, não tenho como defender. Eu concordo. Mas eu sou forte e vou até o fim contra os racistas. Mesmo que longe daqui”, completou Vini Jr.

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