Justiça
Pedro Guimarães, ex-presidente da Caixa, vira réu por assédio
A Justiça Federal aceitou a denúncia nesta quinta-feira
O ex-presidente da Caixa Econômica Federal Pedro Guimarães se tornou réu pelos casos de assédio sexual cometidos contra funcionárias do banco estatal. A informação de que a Justiça Federal recebeu e aceitou a denúncia contra o bolsonarista foi divulgada pelo site Metrópoles na noite desta quinta-feira 30.
Com o recebimento da denúncia, Guimarães, aliado de primeira hora do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), passa a responder criminalmente pelos episódios de assédio. A denúncia, importante lembrar, havia sido protocolada pelo Ministério Público Federal em Brasília após investigação do caso.
Os detalhes da denúncia ainda são mantidos em sigilo, já que o processo contra o ex-presidente da Caixa corre em segredo na Justiça Federal do Distrito Federal. Procurado, Guimarães se manifestou ao site por meio de nota assinada por seu advogado, José Luis Oliveira Lima. No texto, voltou a negar as acusações.
“A defesa de Pedro Guimarães nega taxativamente a prática de qualquer crime e tem certeza que durante a instrução a verdade virá à tona, com a sua absolvição. Pedro Guimarães confia na Justiça”.
O caso contra Guimarães veio à tona em junho de 2022, quando funcionárias da Caixa levaram ao MPF denúncias contra o executivo do banco. Os depoimentos, naquela ocasião, foram revelados pelo site Metrópoles. De acordo com os relatos colhidos em vídeo – que integram a denúncia – mostraram situações em que ele agia de forma inapropriada diante de funcionárias do banco estatal, com toques íntimos não autorizados, convites incompatíveis com a situação de trabalho e outras formas de assédio, inclusive morais.
Após os primeiros depoimentos serem revelados, uma série de outras denúncias contra Guimarães e seus auxiliares no banco foram sendo reveladas. No decorrer das divulgações também ficou em evidência o acobertamento das condutas do bolsonarista por parte de quem deveria coibir as ações. As denúncias fizeram com que Guimarães pedisse demissão do banco em julho daquele ano. Na ocasião, ele foi substituído por Daniella Marques, que ficou no comando do banco até o fim do governo Bolsonaro.
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