Sociedade

Trabalhadores em condições análogas à escravidão são resgatados em Mato Grosso

O grupo bebia água em um riacho próximo, fazia as necessidades fisiológicas no mato e dormia em colchões velhos e sujos

Trabalhadores em condições análogas à escravidão são resgatados em Mato Grosso
Trabalhadores em condições análogas à escravidão são resgatados em Mato Grosso
Um dos alojamentos em que estavam os trabalhadores escravizados. Foto: Divulgação/MPT
Apoie Siga-nos no

Quatro trabalhadores em situação análoga à escravidão foram resgatados no final de fevereiro em Nova Xavantina, a 660 quilômetros de Cuiabá, durante uma operação executada pelo Ministério Público do Trabalho, pelo Ministério do Trabalho e Emprego, pela Defensoria Pública da União e pela Polícia Federal. A informação foi divulgada nesta segunda-feira 6.

Três dos resgatados na Fazenda Filadélfia eram terceirizados de uma empresa que tinha contrato de comodato para explorar a área, enquanto um era empregado da fazenda. Eles foram contratados para trabalhar no corte e no carregamento de eucalipto para formação de pastagem.

Segundo o MPT, eles estavam alojados em dois barracos de lona sem qualquer estrutura, com assoalho de terra e cascalho. O grupo tinha alimentação escassa e não contava com acesso a água potável.

Além disso, os resgatados tomavam banho e bebiam água em um riacho próximo e faziam as necessidades fisiológicas no mato, a céu aberto. Também dormiam em colchões velhos e sujos montados sobre tábuas e toras de madeira.

O MPT informou que, após serem autuados pela exploração de trabalho análogo ao escravo, os empregadores firmaram Termos de ajustamento de Conduta para o pagamento das verbas rescisórias dos quatro trabalhadores. O valor calculado pela equipe totalizou 131 mil reais.

Os TACs estabeleceram ainda uma compensação por dano moral coletivo de 30 mil reais, quantia a ser destinada ao Projeto Ação Integrada. Cada um dos trabalhadores receberá 8 mil reais como indenização por danos morais.

Os empregadores também se comprometeram a não repetir a prática e a registrar os funcionários, além de fornecer gratuitamente equipamentos de proteção e garantir condições de segurança e de saúde.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo