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MPF processa vereador por discurso xenofóbico contra trabalhadores escravizados no RS
O órgão defende que Sandro Fantinel seja obrigado a pagar, no mínimo, 250 mil reais em danos morais coletivos
O Ministério Público Federal solicitou à Justiça, nesta quinta-feira 2, que o vereador de Caxias do Sul (RS) Sandro Fantinel seja obrigado a pagar, no mínimo, 250 mil reais em danos morais coletivos por declarações xenofóbicas contra trabalhadores resgatados em situação análoga à escravidão em vinícolas de Bento Gonçalves (RS).
Em discurso na Câmara de Vereadores em 28 de fevereiro, Fantinel afirmou que empresários do setor de uva e vinho não deveriam contratar mais “aquela gente lá de cima”, em referência aos trabalhadores da Bahia resgatados. O vereador defendeu a contratação de argentinos, que, segundo ele, seriam limpos, trabalhadores e corretos. Fantinel ainda declarou que a única cultura que os baianos têm é a de viver na praia tocando tambor e, que por isso, seria normal ter esse tipo de problema.
O MPF classifica o discurso como odioso, preconceituoso e de caráter xenofóbico e discriminatório. O procurador da República Fabiano de Moraes destaca, na ação civil pública desta quarta, que o vereador tratou as vítimas como culpadas pela situação análoga à escravidão.
Fantinel também é alvo de investigação no Ministério Público estadual e na Polícia Civil, além de enfrentar um processo de cassação na Câmara de Vereadores. Após o pronunciamento, ele foi expulso de seu partido, o Patriota.
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