Economia

PT publica documento contra autonomia do Banco Central horas antes de reunião do CMN

Segundo resolução da sigla, ‘é essencial a queda nas taxas de juros, bem como a revisão das metas de inflação’

PT publica documento contra autonomia do Banco Central horas antes de reunião do CMN
PT publica documento contra autonomia do Banco Central horas antes de reunião do CMN
O presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto. Foto: Raphael Ribeiro/BCB Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, no lançamento da nova nota de R$ 200,00. Foto: Raphael Ribeiro/BCB
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O Diretório Nacional do PT publicou uma resolução, nesta quinta-feira 16, na qual reforça sua oposição à chamada autonomia do Banco Central. O texto ainda critica a decisão da instituição de manter a taxa básica de juros, a Selic, em 13,75% ao ano.

A sigla divulgou o documento horas antes da primeira reunião do Conselho Monetário Nacional sob o novo governo, marcada para esta tarde. Compõem o CMN o ministro da Fazenda, Fernando Haddad; a ministra do Planejamento, Simone Tebet; e o presidente do BC, Roberto Campos Neto.

Segundo a resolução, o programa de governo apresentado pelo presidente Lula (PT) e chancelado pelas urnas busca o crescimento econômico, para o qual “é essencial a queda nas taxas de juros praticadas pelo Banco Central, bem como a revisão das metas de inflação”.

Para este ano, a meta de inflação fixada é de 3,25%, com tolerância de 1,5 ponto percentual. Em 2024 e em 2025, a taxa a ser perseguida é de 3%.

“Economistas renomados questionam duramente essa política de juros altos e, mais ainda: criticam a maneira leviana e inverídica de justificar essa política de juros altos ao brandir com o temor da inflação, que sabidamente não é uma inflação de demanda, mas sim tem a ver com as consequências da pandemia e a guerra na Ucrânia”, prossegue o PT.

O partido recomenda a suas bancadas na Câmara e no Senado articular a convocação de Campos Neto para se explicar sobre a atual condução da política monetária, “tal como prevê a própria lei que aprovou a autonomia do Banco Central de 2019, autonomia contra a qual o PT sempre se posicionou contrariamente, por meio de suas instâncias e do voto das bancadas no Congresso”.

Haddad declarou na última terça-feira 14 que uma revisão na meta de inflação não está na pauta da reunião do CMN. Um dia antes, Campos Neto afirmou discordar de uma alteração no índice.

“Se a gente fizer uma mudança agora, sem um ambiente de tranquilidade e um ambiente onde a gente está atingindo a meta com facilidade, o que vai acontecer é que você vai ter um efeito contrário ao desejado. Ao invés de ganhar flexibilidade, você pode terminar perdendo flexibilidade”, alegou no programa Roda Viva, da TV Cultura.

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