Em 4 anos, Mourão gastou R$ 3,8 milhões no cartão corporativo

O ex-vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos-RS) gastou 3,8 milhões de reais no cartão corporativo durante os quatro anos em que esteve no cargo. Destes, 1,5 milhão de reais correspondem ao ano de 2022, quando Mourão concorreu ao cargo de senador. Corrigidos pela inflação, os valores superam os 4,1 milhões de reais.

As informações sobre o cartão corporativo de Mourão foram reveladas pela agência Fiquem Sabendo, que também foi a responsável por apurar os montantes desembolsados por Jair Bolsonaro (PL).

Pelo levantamento, é possível ver que os gastos do general enquanto vice-presidente superaram os do seu antecessor, Michel Temer (MDB-SP). Enquanto ocupou a cadeira no governo Dilma Rousseff (PT), o emedebista gastou pouco mais de 3,4 milhões de reais – em valores corrigidos pela inflação. Mourão, portanto, custou cerca de 720 mil reais a mais do que Temer neste quesito.

Os gastos

Assim como Bolsonaro, Mourão torrou boa parte do dinheiro do cartão corporativo com itens luxuosos, como carnes, frutos do mar e compras em mercados gourmet. Há, segundo as notas fiscais, episódios em que o general gastou mais de 1 mil reais na La Boutique, uma padaria no estilo francês localizada em Brasília. Em outra ocasião, Mourão usou o cartão para comprar mais de 9,3 mil reais em doces na Sweet Cake, também na capital federal.

Ao todo, segundo as notas, Mourão desembolsou mais de 100 mil reais em pelo menos 6 estabelecimentos. São eles:

• Mercadinho La Palma – 311,4 mil reais;
• Mercado Pão de Açúcar – 282,4 mil reais;
• Super Adega – 264,3 mil reais;
• Big Box – 241,1 mil reais;
• Atlântica Hotéis – 204 mil reais;
• International Meal Company – 102 mil reais.

Há ainda entre os gastos quase 90 mil reais gastos na Ueda Pescados, mesma peixaria que abastecia a dispensa do ex-capitão. Também de acordo com a Fiquem Sabendo, Mourão ainda usou o cartão corporativo durante suas viagens ao exterior. Neste caso, o valor desembolsado pelo ex-vice-presidente no cartão é de 662 mil reais, sendo, em sua maioria, com passagens aéreas. Entre as viagens mais caras estão a ida de Mourão para China e sua estadia em Madrid, na Espanha.

Outro lado

Hoje senador, Mourão foi procurado pelo jornal O Estado de S. Paulo, que antecipou os gastos do general em parceria com a Fiquem Sabendo, nesta segunda-feira 13, mas se limitou a dizer que o cartão corporativo não ficava em sua posse, mas sim com auxiliares.