Política
Bolsonaro deve pedir ao STF o fim de ações sobre reunião com embaixadores
Durante o encontro, o ex-capitão propagou uma série de mentiras sobre o processo eleitoral e a segurança das urnas eletrônicas


A defesa de Jair Bolsonaro (PL) planeja ingressar no Supremo Tribunal Federal com um pedido para invalidar as ações que tramitam no Tribunal Superior Eleitoral sobre a reunião promovida pelo ex-presidente com embaixadores em julho passado, na qual ele disseminou informações falsas sobre o sistema eletrônico de votação.
O alvo dos recursos será a multa de 25 mil reais aplicada pelo TSE por propaganda irregular antecipada. Outras ações que miram a conduta do ex-capitão ao utilizar prédios públicos para reforçar teorias golpistas tramitam na Corte e podem levá-lo à inelegibilidade.
Para o advogado da campanha, Tarcísio Vieira, Bolsonaro convocou os líderes estrangeiros com o objetivo de “dirimir quaisquer dúvidas sobre a transparência do processo eleitoral”. Os advogados ainda argumentam que ele possuía dúvidas legítimas sobre as urnas eletrônicas, a serem expostas à comunidade internacional.
“É necessário repisar que a condição de candidato à reeleição não esvazia o exercício da Presidência da República, no qual Jair Messias Bolsonaro permaneceu até o fim de dezembro de 2022. Neste sentido, os atos que realize na condição de chefe do Executivo encontravam-se fora do escopo da Justiça Eleitoral”, diz um trecho do recurso, obtido e divulgado pela Folha de S.Paulo.
No documento, a defesa pede que o Supremo invalide as ações. Caso este não seja o entendimento da Corte, os advogados solicitam que a multa não seja aplicada.
Bolsonaro reuniu embaixadores estrangeiros em 18 de julho. Durante o encontro, discursou por 45 minutos, propagando uma série de mentiras sobre o processo eleitoral e a segurança das urnas eletrônicas, utilizadas no País desde 1996 sem que tenha havido uma única comprovação de fraude.
Na apresentação, Bolsonaro também sugeriu que alguns membros do TSE conspiravam para favorecer o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
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